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sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Santarém (PA) é a segunda cidade mais poluída do planeta

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No último dia 29 de novembro, o ar da cidade paraense de Santarém só não estava mais poluído que o da capital da Índia, segundo a plataforma PurpleAir. Caso escancara a crise ambiental vivida pelo Pará, que sediará neste ano a COP-30

Denily Fonseca | Belém (PA)


Na madrugada do dia 29 de novembro, Santarém, no Pará, registrou níveis alarmantes de poluição do ar, atingindo 411 microgramas por metro cúbico de material particulado, conforme dados da plataforma PurpleAir. Esse índice coloca a cidade como a segunda mais poluída do mundo, atrás apenas de Nova Délhi, na Índia, que registrou 513 microgramas por metro cúbico no mesmo período. Essa realidade expõe a crise ambiental que vive a região do oeste do Pará e reforça a urgência de ações concretas para proteger a Amazônia e suas populações.

A densa camada de fumaça que cobre Santarém é resultado direto das queimadas na região, evidenciando a falha na fiscalização ambiental e o enfraquecimento das políticas públicas de proteção florestal. Com a proximidade da COP-30, que será sediada em Belém, o Estado do Pará tem uma responsabilidade ainda maior de enfrentar os desafios climáticos com seriedade e compromisso. Acontece que, para isso, é necessário enfrentar grileiros, latifundiários, pecuaristas, enfim, o agronegócio, mas a postura governamental tem sido de buscar lucrar ao máximo com todo o cenário.

Prova disso é que, durante a COP-29, realizada em Baku, no Azerbaijão, o governador Helder Barbalho rapidamente tratou de pôr à venda os chamados Créditos de Carbono, que são compromissos de não emissão de gases do efeito estufa (1 crédito de carbono representa uma tonelada de carbono que deixaria de ser emitida no planeta), uma forma de monetizar o que deveria ser um compromisso com quem está preocupado com a vida. Pois bem, a projeção do governador é de que, até 2026, seja possível arrecadar R$ 35 bilhões aos cofres estaduais, ainda que isso não represente, na prática, melhora da qualidade de vida do povo, pois o mesmo governo busca hoje vender a empresa de água do estado, apoiado pelo BNDES, como já apontou em matéria o jornal A Verdade (BNDES financia privatização da água no Pará).

O que se pode afirmar é que as comunidades locais, povos indígenas e organizações da sociedade civil continuam resistindo, lutando pela preservação da floresta e pela saúde pública. Contudo, seus esforços precisam ser amplificados por governos que estejam verdadeiramente comprometidos com o fortalecimento das leis ambientais, a intensificação da fiscalização e a punição dos responsáveis por crimes ambientais. Sem isso, será impossível conter a devastação que acontece nos solos da Amazônia.

A realização da COP-30 em Belém é vendida como uma oportunidade única de impulsionar ações transformadoras e posicionar a Amazônia como um símbolo global de resistência e regeneração, porém, como demonstrou a COP-29, os países ricos e imperialistas, principais responsáveis pela emissão de gases na atmosfera, não estão dispostos a minimizar a crise causada pelo sistema capitalista, mantido pelas suas burguesias. A proteção da Amazônia não é apenas uma questão ambiental, mas um compromisso político para garantir a saúde e o bem-estar das gerações atuais e futuras. Esta luta cabe às classes exploradas e aos povos oprimidos que buscam uma nova sociedade, uma resposta para seus problemas. Nós dizemos que essa resposta é o socialismo.

Matéria publicada na edição impressa nº 304 do jornal A Verdade

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