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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

Estudantes conquistam alteração na Matriz Curricular da rede estadual RJ

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A alteração foi um avanço, mas a reforma no Novo Ensino Médio não garante uma educação de qualidade para todos, precisamos da revogação imediata dele.

Yasmin Farias | presidente da AERJ


EDUCAÇÃO – Nos últimos anos, houve um crescente aumento das reformas e retiradas de direitos do povo e a educação se vê cada vez mais como foco de ataques. Prova disso são as recentes políticas de privatização, militarização e aprofundamento das desigualdades com o Novo Ensino Médio. 

No Rio de Janeiro, o projeto de precarização da educação se articula utilizando como principal ferramenta o Novo Ensino Médio, que retirou diversas matérias da formação geral básica para aplicar os “itinerários formativos”, como “Brigadeiro Gourmet”, “O que rola por aí” etc. 

Fica claro o objetivo do projeto de precarização das escolas públicas: esvaziar as salas de aula com o aumento da evasão escolar, minar o desenvolvimento do senso crítico dos jovens e acabar com o sonho do ensino superior público para a juventude pobre. 

Mas, apesar do crescimento dos ataques às escolas, os estudantes não se renderam e se organizam na luta coletiva cada vez mais. A Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro (AERJ), junto com outras entidades estudantis e de Profissionais da educação, organizou uma grande jornada de lutas contra o Novo Ensino Médio no RJ.

Essa jornada de lutas contou com rodas de conversas nas escolas, grandes atos pelo Revoga NEM e uma consulta pública sobre a matriz curricular da Rede estadual, que apresentava uma proposta de nova Grade de matérias para as escolas estaduais, que retirava a matéria “projeto de vida” e outros itinerários formativos irrelevantes para a nossa formação, e estabelecia o mínimo de 2 tempos para as matérias de formação geral básica (história, filosofia, biologia, física, …), essa proposta foi articulada com o GT Contra a Reforma do Ensino Médio, composto por professores da rede estadual, o Sindicato dos profissionais de educação(SEPE) e a AERJ. 

Após essa grande jornada de luta, a rede estadual de ensino do Rio de Janeiro passou a adotar uma nova configuração curricular, baseada na proposta elaborada pelos estudantes e profissionais da educação. 

Apesar de celebrada como uma conquista, a mudança não resolve todos os problemas gerados com a reforma do Ensino Médio, implementada em 2017. “A alteração foi um avanço, mas a reforma no Novo Ensino Médio não garante uma educação de qualidade para todos, precisamos da revogação imediata dele. Por isso, a luta dos estudantes continua, na busca por uma educação de qualidade, e em defesa de um projeto de ensino médio que seja democrático” afirma Isabella Samara, vice presidenta da AERJ. 

Com essa vitória, os estudantes secundaristas mostram, mais uma vez, que a luta organizada  conquista e que é possível, através dela, mudar a realidade da nossa juventude. 

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