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segunda-feira, 7 de abril de 2025

Enquantos os preços aumentam, MLB conquista 750 toneladas de alimentos

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“A solução para a crise alimentar não virá de políticas paliativas ou de acordos com os setores que lucram com a fome. A única saída é a organização popular e a construção de um projeto que rompa com o capitalismo, sistema que transforma alimentos em mercadorias e vidas em números.”

Denily Fonseca e Michael Castro | MLB


O Brasil enfrenta uma crise econômica que aprofunda a desigualdade social, e o povo pobre, que constrói as riquezas deste país, é quem mais sofre com a alta dos preços dos alimentos. O café, símbolo da mesa do trabalhador, tornou-se um luxo. O arroz, o feijão e o óleo de cozinha são itens cada vez mais distantes do prato das famílias que vivem nas periferias.

A falta de medidas efetivas do Governo Federal para combater a fome tem deixado milhões de brasileiros à mercê da inflação e da ganância dos grandes monopólios alimentícios.

É nesse cenário que o Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) surge como um farol de esperança. As famílias organizadas pelo Movimento conquistaram mais de 750 toneladas de alimentos em todo o país em apenas um ano, fruto de lutas incansáveis, como a ocupação de órgãos públicos e supermercados.

A alta dos preços dos alimentos não é um fenômeno natural. É resultado de um sistema capitalista que prioriza o lucro acima da vida. O agronegócio, os supermercados e as grandes corporações controlam a cadeia alimentícia, ditando preços e especulando sobre a necessidade básica de comer. Enquanto isso, o Governo Lula, mesmo com discursos progressistas, alia-se aos grandes empresários e latifundiários do país, como mostrou a edição nº 307 de A Verdade: foram destinados R$ 400 milhões dos cofres públicos para o Plano Safra e cerca de R$ 3 trilhões por ano para o pagamento da dívida pública, a famosa “bolsa banqueiro”.

Rute Costa, moradora do bairro do Tapanã, em Belém do Pará, faz parte de uma das milhares de famílias beneficiadas pelas ações do MLB. “A gente trabalha o mês inteiro, mas não dá para comprar o mínimo. Eu vejo assim: quando o MLB convoca para um ato contra a fome, muitas famílias vão com a certeza na vitória, porque o MLB é referência. Graças ao Movimento, eu consigo ter todo mês o feijão, arroz e o café na mesa de casa”, relata.

O MLB não espera por soluções dos governos. Por meio da organização popular, o ocupa supermercados e denuncia a ganância dos grandes monopólios. As famílias que participam dessas lutas, recebem diretamente as cestas básicas conquistadas coletivamente.

“A carestia no nosso país aumenta cada vez mais e, com isso, também a sede de lucro do agronegócio, que é o principal responsável pelo aumento do preço dos alimentos no nosso país, existe um engodo, principalmente da direita e da extrema-direita, em defender que o agronegócio é o herói da nação. Na verdade, é o vilão. Os latifundiários lucram com os altos preços dos alimentos, o que agrava a situação de miséria do nosso povo. Por isso, nós ocupamos os supermercados”, afirma Kleber Luiz, da Coordenação Nacional do MLB.

A solução para a crise alimentar não virá de políticas paliativas ou de acordos com os setores que lucram com a fome. A única saída é a organização popular e a construção de um projeto que rompa com o capitalismo, sistema que transforma alimentos em mercadorias e vidas em números.

O MLB aponta o caminho: é preciso fortalecer as lutas locais, ocupar espaços, pressionar o poder público e construir uma rede de solidariedade que garanta que nenhuma família passe fome. A luta por soberania alimentar, reforma agrária e pelo fim dos monopólios é o que vai garantir um futuro digno para toda as classes trabalhadoras.

Matéria publicada na edição impressa nº 309 do jornal A Verdade

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