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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Israel retoma genocídio em Gaza e mantém 11 brasileiros reféns

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“No dia 23 de março, o brasileiro-palestino Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, foi assassinado nas masmorras israelenses. Já é a quarta criança ou adolescente brasileiro que Israel mata durante o genocídio. O Brasil não pode aceitar mais ver nossos cidadãos humilhados e mortos pelo Estado sionista.”

Felipe Annunziata | Redação


No dia 23 de março, o brasileiro-palestino Walid Khaled Abdullah Ahmed, de 17 anos, foi assassinado nas masmorras israelenses. Walid foi sequestrado na Cisjordânia ocupada, em setembro do ano passado, e levado para o centro de tortura de Meggido, em Israel. Já é a quarta criança ou adolescente brasileiro que Israel mata durante o genocídio.

Segundo a própria imprensa israelense, o campo de Megido é conhecido pelas variadas torturas que faz contra palestinos. Choques elétricos, ataques de cães, nudez forçada e espancamentos severos são alguns dos métodos de torturas usados pelos israelenses.

O Brasil se limitou a dizer que recebeu a notícia “com profunda consternação” e que iria exigir de Israel uma investigação “célere e independente” do caso. Na mesma nota, pela primeira vez, o governo brasileiro informou que Israel mantém 11 brasileiros-palestinos presos, muitos dos quais não tiveram nenhuma acusação ou julgamento formal.

Os crimes absurdos de Israel na Cisjordânia não acabaram por aí. No dia 24 de março, Hamdan Ballal, cineasta palestino que venceu o Oscar de Melhor Documentário com o filme No Other Land (“Sem Chão”), foi espancado por colonos judeus na Cisjordânia e sequestrado pelo Exército sionista. O documentário de Ballal ganhou o mundo com a denúncia do regime de opressão ao qual o povo palestino é submetido nos territórios ocupados por Israel. Ele foi espancado durante o dia em que ficou preso em Israel. As denúncias de espancamentos também foram confirmadas pelo co-diretor do filme de Ballal, o judeu Yuval Abraham. “Vencer o Oscar não ajudou a nos proteger. Nos tornou alvo. O ataque foi feito para me matar”, afirmou Hamdan Ballal em entrevista coletiva após ser libertado.

Nova fase do genocídio

Enquanto isso, a Faixa de Gaza voltou a ser aterrorizada pelos bombardeios genocidas de Israel. O cessar-fogo, conquistado pelos palestinos no final de janeiro, foi rompido unilateralmente pelo governo do ditador Benjamin Netanyahu.

Só nas primeiras 12 horas de bombardeio, no dia 18 de março, Israel assassinou mais de 400 pessoas. Os ataques com mísseis, artilharia e tanques atingiram mesquitas, escolas e casas por toda Faixa de Gaza. Até a publicação desta edição, o número de mortos e feridos já passava de três mil.

No dia 22 de março, em mais um ato de crueldade, Israel destruiu o único hospital para tratamento de câncer em Gaza. Todo o complexo foi demolido após ser usado por mais de um ano como base de operações militares pelo Exército sionista.

Nas redes digitais circulou um depoimento de um pai palestino que viu sua esposa e filho bebê serem assassinados por Israel num bombardeio numa tenda de refugiados. “Minha esposa nasceu em 20 de fevereiro e ele tinha só um ano e um mês agora. Mohamed, meu primeiro filho, minha vida inteira. Ele tinha uma aura doce no coração, uma brisa suave. A vida tinha apenas começado, estávamos começando nossa vida familiar com minha esposa, estávamos construindo nossas vidas. Mesmo na guerra ou em qualquer situação queríamos construir [nossa vida juntos].”

A tentativa de terminar com a destruição da rede de saúde de Gaza continuou nos dias seguintes. O Hospital Nasser, um dos principais centros de refugiados hoje no enclave, foi diretamente atingido por bombas israelenses. O objetivo dos militares sionistas foi explodir o setor de emergência que se encontrava cheio de pessoas feridas dos bombardeios anteriores.

Essa tática já se tornou uma das mais comuns de Israel: enquanto, durante o dia, bombardeia casas e bairros inteiros, os ataques sempre terminam com bombardeios a hospitais para onde são levadas as pessoas feridas que sobreviveram aos ataques iniciais.

Sobre os ataques contra civis, o ministro da guerra sionista, Israel Katz, defendeu a expulsão e o extermínio de palestinos. Em pronunciamento, ele afirmou que “os ataques aéreos contra os terroristas do Hamas foram só o início. O resto será muito mais difícil e vocês vão pagar o preço total. Israel vai agir com uma força que vocês nunca viram antes. Aceitem o conselho do presidente dos EUA, devolvam os reféns e expulsem o Hamas, que outras opções serão abertas a vocês, incluindo a realocação para outras partes do mundo para aqueles que quiserem. A alternativa é a destruição total”.

No último dia 30 de março, a organização Crescente Vermelho encontrou 14 corpos em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, após uma semana dos ataques do Exército israelense na região, que admitiu ter atacado uma ambulância alegando se tratar de um “veículo suspeito”. Entre os mortos, oito eram paramédicos da organização e cinco eram membros da Defesa Civil. Mais quatro pessoas seguem desaparecidas.

Enfrentar Israel

Todos esses crimes mostram que é fundamental que os povos do mundo se unam para impedir que Israel continue esse genocídio. O Brasil, por sua vez, não pode aceitar mais ver nossos cidadãos humilhados e mortos pelo Estado sionista.

A morte do jovem Walid mostra como os fascistas israelenses não têm limites em cometer seus crimes. Um adolescente ser morto após sessões de torturas só porque é palestino não pode passar impune. É preciso que o governo brasileiro rompa relações econômicas e diplomáticas com Israel.

Até hoje, nosso país continua a comercializar armas e munições israelenses, sem falar no petróleo que nosso país exporta para a máquina de guerra genocida sionista. Segundo a organização Oil Change International, o Brasil é responsável por 9% de todo petróleo consumido por Israel. Ou seja, se o Exército que mata palestinos é israelense, as armas são estadunidenses, podemos dizer que o petróleo usado nessa guerra também é brasileiro.

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