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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Um ano do criminoso desastre das enchentes no Rio Grande do Sul

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“Quase um ano após as enchentes, o prefeito Sebastião Melo (MDB) simplesmente tem deixado a maior parte da população de Porto Alegre entregue à própria sorte, tendo ocorrido diversas trocas de empresas terceirizadas para fazerem a limpeza da cidade, gerando montanhas de entulhos e lixos pelas ruas.”

Bruno Ferreira | Porto Alegre (RS)


Em 28 de abril de 2024, iniciava, no Rio Grande do Sul, a chuva que duraria até 08 de maio e viria a causar uma catástrofe no estado. Próximo de completar um ano, apuramos alguns dados referentes às medidas adotadas pelos governos para a recuperação e reconstrução da vida dos gaúchos depois das enchentes.

As fortes chuvas atingiram mais de 470 municípios, afetando aproximadamente três milhões de pessoas, deixando quase 80 mil em abrigos e em torno de 580 mil desalojados (pessoas que precisaram ir para casa de amigos e familiares). Em novembro de 2024, apontamentos mostravam que quase 19 mil casas estavam consideradas inabitáveis ou condenadas em cidades do estado e 1.800 pessoas ainda estavam em abrigos. Além disso, o número de solicitações de casas ao Governo Federal chegou a mais de 44 mil.

Até o momento, o Governo Estadual anunciou a entrega de apenas 332 casas temporárias, espalhadas por sete cidades, com a promessa de que entregaria, até o fim de março, as primeiras 80 casas provisórias na capital, que custaram cerca de 11 milhões aos cofres públicos. O primeiro lote de casas anunciado pelo governador Eduardo Leite (PSDB) irá destinar a soma de R$ 83 milhões para a entrega de moradias definitivas ou provisórias. Enquanto isso, demonstrando grande contradição, o Governo Estadual destinou para a contratação de máquinas por hora, para serem utilizadas na abertura de estradas, terraplanagens, etc., R$ 40 milhões, quase metade do destinado para a moradia.

Além disso, destinou R$ 117,7 milhões para conservação de estradas, R$ 300 milhões para o desassoreamento de pequenos rios e córregos, R$ 106 milhões para 64 municípios realizarem a abertura de estradas, limpeza de terrenos e reestruturação de cabeceiras de pontes e para a recuperação da malha viária; outros R$ 265 milhões, obviamente a maior parte da soma destes valores, será entregue nas mãos de donos de máquinas, empreiteiras e construtoras.

Numa rápida soma, R$ 782,7 milhões foram destinados para obras em estradas, entregues diretamente nas mãos dos capitalistas. Porém, para os desabrigados e desalojados das enchentes, foram destinados apenas R$ 251 milhões na forma de “benefícios”, novamente demonstrando que os governos neoliberais, a serviço dos capitalistas, preocupam-se mais com o lucro de um pequeno punhado de indivíduos do que com o bem-estar geral da população.

Na capital, a situação não é diferente e é ainda pior. O prefeito Sebastião Melo (MDB) simplesmente tem deixado a maior parte da população de Porto Alegre entregue à própria sorte, tendo ocorrido diversas trocas de empresas terceirizadas para fazerem a limpeza da cidade, gerando montanhas de entulhos e lixos pelas ruas.

Quase um ano após as enchentes, os governos neoliberais de direita vêm trabalhando para enriquecer ainda mais um punhado de parasitas, enquanto o povo passa por enormes necessidades. Por isso, mais do que nunca é necessária a organização de explorados e exploradas para derrubarmos este sistema de fome e de miséria.

Matéria publicada na edição impressa nº 310 do jornal A Verdade

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