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sábado, 24 de maio de 2025

Ocupação Laudelina de Campos Melo resiste a ataques fascistas e tentativa ilegal de demolição

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“A ocupação das mulheres trabalhadoras Laudelina de Campos Melo segue resistindo contra as ameaças e organizando mais mulheres pelo fim da violência e pelo socialismo. Milhares de mulheres tiveram suas vidas transformadas pelo trabalho ali realizado.”

Nicole Ramos | Movimento Olga Benario SP


No dia 24 de abril, militantes do Movimento de Mulheres Olga Benario sofreram ataques e ameaças, além da tentativa ilegal de demolição do imóvel da Ocupação de Mulheres Laudelina de Campos Melo, localizada no bairro do Canindé, no Centro de São Paulo.

Houve destruição do telhado, roubo de itens, corte de luz e a tentativa de demolir o prédio inteiro. Este ataque demonstra o aumento da violência contra as mulheres trabalhadoras na cidade, além da expulsão do povo pobre do Centro, promovida pelo governo de Tarcísio de Freitas e pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB).

Mesmo sendo referência para as mulheres do bairro, a Prefeitura colocou a leilão o terreno da ocupação em 2024. O Movimento realizou diversos atos e mobilizações, saindo vitorioso com a decisão do Tribunal de Justiça do Estado São Paulo de suspender a reintegração de posse.

Casa Laudelina

A Ocupação foi realizada em janeiro de 2021, denunciando o aumento da violência contra as mulheres trabalhadoras na pandemia de Covid-19, frente ao fechamento dos serviços públicos nos momentos em que as mulheres mais precisavam. Honrando o nome de Laudelina, uma mulher negra, comunista e que foi a primeira a lutar pelos direitos das empregadas domésticas. Resistindo há mais de quatro anos, a ocupação realizou mais de 10 mil atendimentos às mulheres vítimas de violência de toda a capital paulista, além de organizar várias mulheres politicamente na luta por uma nova sociedade.

“Helena* começou a participar das oficinas de artesanato e escrita, além das reuniões do Movimento de Mulheres Olga Benario. Ela, que era analfabeta funcional, começou a ler na ocupação. E, ao descrever a Casa, disse que o lugar promoveu nela uma verdadeira reforma”. afirma Mariani Ferreira, coordenadora da Ocupação.

A ocupação das mulheres trabalhadoras Laudelina de Campos Melo segue resistindo contra as ameaças e organizando mais mulheres pelo fim da violência e pelo socialismo. Milhares de mulheres transformaram suas vidas pelo trabalho realizado, como relata, de forma dramática, Maria*, que tem medida protetiva e é uma das atendidas. “A Casa Laudelina salva minha vida todos os dias. Se eu não venho para cá, fico dopada na cama do abrigo cheia de remédios sofrendo com a depressão das violências que passei”.

Elaine*, uma das atendidas que está em um dos abrigos do Canindé, relata que a Ocupação Laudelina salvou a sua vida ao lhe proporcionar um ambiente seguro de acolhimento e aprendizado. “Participando das reuniões do Olga, aprendi como o sistema oprime as mulheres e como o socialismo é a saída. Por isso, organizei outros moradores do abrigo e funcionários num abaixo-assinado que conquistou a mudança de toda a alimentação do lugar”, afirma.

*Nomes fictícios para proteger a identidade das mulheres atendidas

Matéria publicada na edição impressa nº 312 do jornal A Verdade

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