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quinta-feira, 26 de junho de 2025

O caráter político e a importância da recepção de calouros para o movimento estudantil

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Luiz Fernando, coordenação do Movimento Correnteza UFMG


O movimento estudantil é a legítima representação dos estudantes desde o Brasil Império, passando pela luta contra a ditadura militar, até os dias atuais, em seu enfrentamento contra os ataques que a educação sofre pelas mãos do capital e do conservadorismo. Nesse conflito, as lideranças do movimento estudantil devem a todo momento manter estreito contato com as massas, ouvir suas demandas e pautar a luta, demonstrando as razões políticas por trás dos problemas apresentados.

Momento chave

Para entrar na universidade, o estudante precisa superar grandes obstáculos, como o vestibular e a precarização do ensino básico. Por isso, chega ao ensino superior carregado de expectativa em relação ao futuro. Essas expectativas logo se confrontam com a realidade da educação nacional. O estudante se vê em uma instituição precarizada, inflexível e que não compreende suas necessidades reais.

Nesse estudante, largado à própria sorte, cresce e se instaura o sentimento de apatia e desilusão. A esperança de melhora da conjuntura parece inalcançável. Justamente por isso, o movimento estudantil deve, desde o momento de entrada desses estudantes, pautar a luta, demonstrando que existe, sim, uma saída para esses males. A recepção de calouros, então, cumpre um papel central no crescimento do movimento estudantil e na mudança de perspectiva política do universitário, combatendo o individualismo e o sentimento de impotência, comuns na universidade.

Exemplos práticos

Na UFMG, o Movimento Correnteza organizou diversas atividades de recepção de calouros, como rodas de discussão, banquinhas do Jornal a Verdade, panfletagens, festival de sorvete e, principalmente, reuniões de apresentação do Correnteza em todos os locais onde o movimento tem atuação. Já na UFBA, o Correnteza organizou um tour pelo campus Salvador que contou com mais de 500 calouros, politizando e introduzindo o campus. Na UFRPE, foram quatro dias de debates com diferentes temáticas, além de feira do livro e curso de literatura. Dando exemplo de cultura, na UFG aconteceu o primeiro Bloquinho dos Aprovados, além da banquinha de recepção no processo de matrícula, que é presencial por lá. Essas são apenas algumas das dezenas de recepções feitas pelo Correnteza Brasil afora.

Há diversas atividades possíveis: desde recepções que contribuem financeiramente com o movimento, até ações culturais e festas no campus, sempre respeitando as peculiaridades de cada faculdade. O fundamental é que esse contato direto com os calouros e com os demais estudantes permite politizar o espaço físico da universidade e apresentar as lutas gerais da educação, bem como as pautas específicas de cada local. O resultado disso é inegável: os estudantes passam a reconhecer no movimento estudantil um verdadeiro representante de seus interesses. Isso garante não só o aumento da conexão do movimento com as massas, como também seu crescimento significativo.

A sequência na luta

O estudante, tendo sido apresentado ao movimento estudantil, precisa vê-lo presente constantemente em seu cotidiano universitário. É necessário entrar em contato com todo estudante que demonstrou interesse no movimento em, no máximo, 24 horas. Também é preciso garantir a continuidade das reuniões locais, convidar os contatos para novas atividades e construir a luta de forma coletiva.

Desse modo, não se desperdiça o ânimo do ingressante, o movimento cresce e conquista, por meio da ação das massas, pautas importantes para a educação brasileira. Por fim, avança-se na consciência geral, rumo ao socialismo.

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