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sexta-feira, 4 de julho de 2025

Trabalhadores são superexplorados na fábrica da chinesa BYD na Bahia

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Com obras atrasadas em Camaçari (BA), a montadora chinesa BYD enfrenta acusações de violações trabalhistas graves, incluindo trabalho análogo à escravidão, jornadas exaustivas e falta de equipamentos de segurança.

Gregorio Motta Gould | Salvador (BA)


BRASIL – A montadora chinesa de carros elétricos BYD está construindo uma unidade para produção de automóveis no Polo Petroquímico de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. As obras estão atrasadas, de acordo com o cronograma inicial, e parece que a sede de lucro e o desrespeito aos direitos dos trabalhadores (chineses e brasileiros) por parte da multinacional “não fica devendo nada” a nenhuma empresa de qualquer outra potência imperialista do mundo.

Em dezembro de 2024, uma denúncia de trabalho análogo à escravidão e tráfico de pessoas praticada por terceirizadas da obra levou o Ministério Público do Trabalho (MPT) a denunciar a empresa, cobrando o pagamento de R$ 257 milhões por danos morais coletivos.

Na denúncia, o MPT apontou condições insalubres nos dormitórios, ausência de colchões, além de seguranças armados que impediam a saída dos trabalhadores do alojamento. Na ocasião, a BYD informou que a construtora terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda., também chinesa, havia cometido irregularidades e decidiu encerrar o contrato com a empreiteira. Como sempre, quando se trata das multinacionais bilionárias, ninguém é responsável, são todos santos.

Recentemente, duas empresas terceirizadas que estão responsáveis pela obra atrasaram o salário dos trabalhadores. A resposta não poderia ser outra: greve! Os trabalhadores pararam as obras no último dia 14 de maio, exigindo o pagamento dos salários e melhores condições de trabalho. Em poucas horas, o salário estava na conta.

Além disso, os brigadistas do jornal A Verdade que realizam a brigada de maneira regular em frente à empresa, há mais de quatro meses, receberam denúncias de muitos abusos, como jornadas extenuantes, falta de EPIs e jornadas de trabalho ilegais, de domingo a domingo, sem nenhum dia de folga.

“Temos que trabalhar até às 22h00, comendo apenas um pão com ovo dado pela empresa, quando muito. Estão chegando muitos chineses que vivem em condições precárias e dormitórios muito ruins”, denunciou um trabalhador anonimamente.

Isso não ocorre à toa, nem apenas porque os capitalistas são desumanos, mas para garantir os superlucros dos bilionários. A BYD lucrou US$ 107 bilhões em 2024 e segue lucrando em 2025, já que vendeu mais de um milhão de unidades até abril, um aumento de 60% na comparação anual.

É preciso organizar os trabalhadores para lutar para pôr fim a essa exploração, como demonstrou a paralisação do dia 14. Só a luta dos trabalhadores pode garantir seus direitos e o fim da escala 6×1. Para isso, precisamos fortalecer o trabalho do jornal A Verdade na porta das empresas e desenvolver as lutas da classe trabalhadora, como as greves.

Matéria publicada na edição impressa  nº314 do jornal A Verdade

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