UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Cadeia para todos os golpistas: o povo quer justiça!

Leia também

Em 8 de janeiro de 2023, golpistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em ação articulada por Jair Bolsonaro, empresários e militares para impedir a posse de Lula (PT).

Cadu Machado | Redação


BRASIL – No dia 8 de janeiro de 2023, o Brasil viveu um dos capítulos mais escancarados da ofensiva fascista que tem ameaçado nosso país nos últimos anos: vândalos fascistas acampados em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, marcharam até a Praça dos Três Poderes, invadiram e destruíram prédios públicos sem qualquer repressão. Atacaram os Três Poderes acreditando que, com isso, poderiam dar início a um golpe de Estado.

A tentativa de golpe articulada por Jair Bolsonaro, setores das Forças Armadas e grandes empresários tinha como finalidade impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), instaurar uma ditadura e recolocar Bolsonaro no poder. Com isso, pretendiam abrir caminho para criminalizar os movimentos populares, esmagar os direitos do povo e preservar os privilégios de uma minoria que enriquece à custa da exploração da classe trabalhadora.

Diferente do que é propagado pela grande mídia, o 8 de janeiro não foi um ato isolado, mas um plano cuidadosamente arquitetado por militares de alta patente, liderado por Bolsonaro e financiado por setores do agronegócio e grandes empresários. Como revelou o Intercept Brasil, o ex-presidente participou de reuniões ministeriais para discutir medidas ilegais que impedissem a posse de Lula, incluindo a proposta de um decreto golpista.

A trama golpista

Já em 7 de setembro de 2021, durante um ato na Avenida Paulista, Bolsonaro declarou que não mais acataria decisões do Supremo Tribunal Federal. Diante de uma multidão inflamada, afirmou contar com o apoio das Forças Armadas e utilizou as comemorações do Dia da Independência como palanque para incentivar a mobilização golpista. O levante de 8 de janeiro não surgiu do nada: foi o ápice de um projeto autoritário construído ao longo de todo o seu governo.

Após perder as eleições, Bolsonaro passou semanas sem reconhecer a derrota, questionando a transparência e a lisura do processo eleitoral, além de incentivar os acampamentos golpistas montados em frente aos quartéis, onde se articulava abertamente um golpe militar.

Em reuniões ministeriais, chegou a defender e editar um decreto — que posteriormente foi apreendido com o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens — para anular o resultado das urnas, decretar Estado de Sítio e autorizar a Operação Garantia da Lei e da Ordem.

Não por acaso, fugiu para os Estados Unidos antes mesmo de encerrar seu mandato, buscando abrigo no exterior enquanto seus seguidores colocavam em prática o plano golpista.

Prisão para Bolsonaro e os golpistas

A prisão de Bolsonaro não é apenas justa — é necessária. Não podemos aceitar a impunidade para quem atenta contra as liberdades democráticas do povo. Sua responsabilização precisa ser exemplar, assim como a de todos os financiadores do golpe: empresários, militares e políticos que usaram sua riqueza e influência para tentar rasgar o voto de milhões de brasileiros.

A tentativa de golpe não foi apenas contra um governo, mas contra os direitos do povo: contra a aposentadoria, contra a saúde pública, contra a educação, contra o salário digno, contra o direito de organização. Foi uma tentativa de aprofundar a exploração e calar os trabalhadores diante da fome, do desemprego e da violência. Como já dissemos em A Verdade, o golpe fascista foi planejado para beneficiar uma minoria rica que lucra com a miséria de milhões.

Bolsonaro não agiu sozinho. A conspiração contou com financiamento de empresários bilionários, apoio de militares e da alta cúpula da Polícia Militar, além da omissão cúmplice de setores do Judiciário. No entanto, até hoje, nenhum grande financiador foi preso. Bolsonaro é réu no Supremo Tribunal Federal, apontado pela Procuradoria-Geral da República como líder do chamado “núcleo 1” do golpe, ao lado de generais, ministros e aliados de confiança. Mesmo com a gravidade dos crimes, segue livre, com tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais. O julgamento está previsto para setembro.

A tentativa recente de Donald Trump de interferir nos processos judiciais brasileiros em favor de Bolsonaro é mais do que um gesto de solidariedade entre fascistas. Trata-se de uma ação imperialista, típica dos Estados Unidos, que historicamente tenta impor seus interesses sobre os povos da América Latina. Trump age como porta-voz do imperialismo norte-americano ao defender um político que trabalhou para submeter o Brasil aos interesses estrangeiros, entregando a Amazônia, o petróleo, as estatais e os direitos do povo.

Por tudo isso, é tarefa urgente do povo organizado exigir a prisão de Bolsonaro e de todos os responsáveis pelo golpe. Não haverá justiça verdadeira enquanto golpistas circularem livres, enquanto generais conspiradores ocuparem cargos públicos, enquanto empresários que bancaram ônibus para Brasília seguirem impunes. O Brasil só será soberano quando os inimigos do povo forem julgados e punidos.

Matéria publicada na edição impressa  nº318 do jornal A Verdade

More articles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos