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quarta-feira, 10 de setembro de 2025

MLB participa de audiência para defender terreno do MCMV em bh

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Famílias do MLB resistem a ataques e defendem moradia popular em BH durante audiência pública.

Coordenação do Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MG)


 

Há 8 anos, nós do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) realizamos a Ocupação Manoel Aleixo, em Belo Horizonte, na luta para que centenas de famílias pudessem ter acesso a seu direito de moradia digna. Sofremos um despejo truculento, desalojando as famílias e deixando vários feridos. Foi aberta uma mesa de negociação para que houvesse reparação às famílias. Após anos dessa luta, elas fazem parte do projeto Minha Casa Minha Vida – Entidades e, ano passado, recebemos o documento que cedia a posse de um terreno na divisa de Belo Horizonte e Sabará, para a construção das moradias populares.

Ataques da extrema-direita

Enquanto o projeto se encontrava travado nas diversas burocracias federais e de financiamento, um grileiro passou a reivindicar o terreno. Vendo o risco de mais uma vez perdermos nossas casas, iniciamos uma vigília para garantir a segurança do projeto. Como resposta, o criminoso abriu uma campanha de ataque e ameaças às famílias, articulando inclusive manifestações racistas e higienistas.

Como se espalhou a notícia pela comunidade, foi mobilizada uma Audiência Pública pelo Ministério Público, para esclarecer sobre a posse do terreno e o projeto do Minha Casa Minha Vida. Na quadra da EMEI Jardim Vitória se reuniram o Ministério Público, a Companhia Metropolitana de Habitação, a Procuradoria de Direitos Humanos de Belo Horizonte, a Defensoria Pública de Minas Gerais, a Superintendência Executiva da Caixa Econômica e os moradores mobilizados pela extrema direita.

Ao chegar, nos deparamos com pessoas vestidas de branco, algumas com bandeiras de Israel. Era quase um recado: como o povo palestino, assassinado e hostilizado pelo estado sionista de Israel, nós deveríamos ser os sem casa, os sem lugar, os expulsos de nossas terras. O clima de tensão e ameaça por parte dos criminosos grileiros era tanto que, a caminho da audiência, vários moradores nos pararam desejando forças e boa sorte, alegando que não iriam estar presentes porque estavam com medo, e que já recebiam ameaças por nos apoiar.

Mesmo após todos os órgãos públicos afirmarem e reiterarem que o terreno é nossa propriedade, que o empreendimento é regular e legal, Tileléo — vereador do Partido Progressista (PP) — tenta organizar um grupo reacionário para não deixar que seja implantado o programa de moradias populares. Sua postura é de organizar o povo pobre para brigar entre si, de modo a defender seus interesses pessoais.

MLB resiste e luta!

Após a Audiência Pública, Poliana Souza, coordenadora do MLB, disse que “não estamos discutindo uma propriedade de alguém, estamos discutindo a propriedade dessas famílias. Essas famílias cometeram um único crime: nasceram pobres. Não tem outro crime”. Logo após, a companheira Caterine Silva, do MLB, completou: “a gente vai vir, e a gente vai trazer infraestrutura para esse bairro. Eles reclamam do ônibus, que o ônibus anda lotado, quando a gente vier pra cá, vamos parar a avenida, vamos parar a BR se for preciso, para trazer melhorias. A gente veio de luta, e não é de hoje, a gente não vai arredar o pé!”.

Hoje, a luta continua para que as famílias da Manoel Aleixo e Vicentão tenham direito à moradia, mas também pelo fim desse sistema que joga nosso povo nas ruas, para morar de favor ou com o peso do aluguel. A cada luta, ajudamos a enterrar o capitalismo apodrecido e avançamos para um novo mundo socialista, sem mais ricos e pobres, sem exploradores e oprimidos, um mundo de trabalho digno e vida justa, para o povo brasileiro, para o povo palestino e para toda a classe trabalhadora.

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