Diante de um cenário de cortes orçamentários e precarização que levou um estudante a desmaiar de fome no IFRS-Campus Restinga, a FENET iniciou uma caravana de mobilização por dezenas de Institutos Federais e escolas técnicas do Brasil.
Julia Cacho e Adriane Nunes | FENET
JUVENTUDE – A Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (Fenet) está realizando uma ampla mobilização em dezenas de campi dos Institutos Federais e de escolas técnicas estaduais em todo o Brasil. A Caravana vai passar por dezenas de unidades dos Institutos Federais para convocar os estudantes para o Encontro Nacional, que ocorrerá em Salvador (BA), de 18 a 21 de setembro. Também tem como objetivo organizar uma grande jornada de lutas em defesa do orçamento para a educação, especialmente por alimentação de qualidade.
E já ficou comprovado que os estudantes querem lutar em defesa da educação e da permanência. No IFRS – Campus Restinga, uma paralisação de três dias foi organizada pela Fenet e pelas entidades estudantis locais, liderada pela diretora da Federação Marcela Almerindo (que recentemente faleceu, ver pág.2). “Queríamos organizar uma assembleia com os estudantes para falar sobre a necessidade do bandejão, mas, no mesmo dia, um estudante desmaiou de fome. Não tivemos outra alternativa senão organizar uma greve estudantil”, relatou Marcela, à época.
Cortes no orçamento
Atualmente, os Institutos Federais tem o mesmo orçamento que tinham no ano de 2012, quando a rede tinha menos unidades, o que tem feito com que os estudantes sofram com falta de estrutura adequada, como laboratórios e alimentação.
Como se não bastasse, em abril, o Governo Federal, para agradar os empresários e banqueiros, assinou o Decreto nº 12.448, que congelou R$ 31,3 bilhões da Educação em 2025. Na prática, essa medida significou um corte de 30% no orçamento previsto. Fomos, então, às ruas e o Governo teve que recuar! Isso mostra que só a luta é capaz de garantir nossos direitos.
Na rede estadual, não é diferente. Escolas caindo aos pedaços, falta de professores, turmas inteiras fechando e blocos interditados por falta de manutenção.
Mesmo com todas essas dificuldades, as escolas técnicas continuam sendo referência de educação. Agora imagine se o pagamento da dívida pública fosse suspenso por apenas um dia… Esse valor seria suficiente para construir restaurantes em todos os Institutos Federais e ainda resolver diversos problemas de estrutura das escolas.
Matéria publicada na edição impressa nº320 do jornal A Verdade