Estudantes organizados no movimento estudantil realizam ato reivindicando um restaurante acadêmico no IFPE Campus Garanhuns, denunciando a falta de investimento na estrutura do Instituto Federal.
Redação PE
EDUCAÇÃO – Na última sexta-feira (3), estudantes do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), campus Garanhuns, realizaram um protesto pela implementação do bandejão. Com a palavra de ordem: “com fome não se estuda!”, o ato fez parte de uma jornada nacional de lutas organizada pela Federação Nacional de Ensino Técnico (FENET) e pela União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE).
Organizado pelo movimento Rebele-se pela chapa Aurora em Movimento, que concorre ao grêmio, o ato buscou chamar a atenção para um problema crônico da instituição. Apesar de ter comemorado recentemente 15 anos de funcionamento e atender mais de 1.200 estudantes em cursos técnicos e superiores, o Campus Garanhuns, assim como outras unidades do IFPE, não possui um bandejão.
Cortes no orçamento dos Institutos Federais
Atualmente, os IFs têm o mesmo orçamento que tinham no ano de 2012, quando a rede possuía menos unidades. Essa defasagem orçamentária tem feito com que os estudantes sofram com a falta de estrutura adequada, como laboratórios equipados e acesso à alimentação de qualidade.
Mesmo com todas essas dificuldades, as escolas técnicas continuam sendo uma referência de educação no país. Se o pagamento da dívida pública fosse suspenso por apenas um dia, o valor seria suficiente para construir restaurantes em todos os Institutos Federais e ainda resolver diversos outros problemas de infraestrutura nas escolas, mostrando que a solução é uma questão de prioridade política.
Os estudantes destacaram que a falta de um bandejão força os alunos a dependerem de barracas de alimentos na frente da instituição, o que gera incerteza sobre a qualidade e o custo da alimentação diária. “A gente ter que pedir de fora, vir com fome pra escola ou não comer. Passa o dia com fome quem não tem condições de pedir uma marmita de 20 reais”, destaca Mylena, estudante do IFPE e diretora da UESPE.
Além da pauta principal, o ato também criticou a falta de investimento na infraestrutura dos campi já existentes. Segundo os estudantes, o campus Garanhuns iniciou suas atividades sem estruturas essenciais, como biblioteca, quadra poliesportiva e número adequado de salas de aula, problemas que, em sua maioria, persistem até hoje.
O protesto apontou um ponto de vista à política de expansão da rede federal. Enquanto avança a pressão pela construção dos 100 novos institutos federais, os campi já existentes sofrem com a falta de estrutura adequada.
Os estudantes também se posicionaram contra a implementação do Novo Ensino Médio (NEM) nos Institutos Federais, defendendo que a prioridade deve ser outra: “A reforma que queremos não é a do ensino médio, é por alimentação de qualidade”.
A manifestação foi encerrada com um chamado à mobilização em todas as unidades que enfrentam o mesmo problema, reforçando a urgência da pauta com o apelo: “Bandejão em todos os IFs já! Os estudantes têm pressa, com fome não se estuda!”