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sexta-feira, 14 de novembro de 2025

Petrolina: uma cidade rica que vive da exploração de seu povo!

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Há muitos anos a elite local tem vendido a imagem de “California do Sertão” para Petrolina, mas, apesar de ser a 5ª cidade mais rica de Pernambuco e a terceira mais populosa, a realidade para o povo trabalhador é bem diferente da propaganda, e não é nada fácil. 

Alberes Simão| Petrolina


LUTA POPULAR- Petrolina é frequentemente chamada de “Califórnia do Sertão”, um suposto símbolo de modernização, prosperidade e progresso no coração do Nordeste. Mas basta sair dos cartões-postais e caminhar pelos bairros operários, pelas vilas e pelas periferias da cidade para enxergar o outro lado da moeda: o povo pobre e trabalhador que constrói essa riqueza com o suor do seu rosto e recebe, em troca, apenas migalhas.

O agronegócio exportador, alardeado como motor do desenvolvimento regional, ergueu um verdadeiro império às margens do São Francisco: Uvas, mangas e outras frutas finas viajam para a Europa e os Estados Unidos, rendendo lucros milionários para os grandes empresários e latifundiários. Mas enquanto os caminhões e aviões saem carregados de riqueza, o trabalhador rural segue vivendo em barracos, recebendo salários miseráveis e enfrentando condições degradantes de trabalho.

Nas fazendas irrigadas, os relatos são conhecidos: jornadas exaustivas, assédio, falta de direitos, terceirização, e até trabalho análogo à escravidão. É o preço da “Califórnia do Sertão”: um oásis para os patrões, um deserto para o povo. Falta de moradia, transporte precário, violência policial e abandono do poder público. O mesmo Estado que garante energia, estradas e crédito barato para o agronegócio, nega o básico para quem realmente faz a cidade funcionar. Não tem como não lembrar dos versos da canção “A Novidade”, de Gilberto Gil e Herbert Vianna.

Quem mantém essa riqueza toda?

Os bairros periféricos, erguidos pela força das mãos trabalhadoras, continuam sem saneamento, escolas decentes e postos de saúde adequados. A juventude pobre, sem oportunidades, é tratada como inimiga e não como futuro. Esse mês de outubro foi marcado pela falta d’água na cidade. Alguns bairros passaram mais de 15 dias sem água nas torneiras. Mas, pergunta se faltou água para garantir a exportação das uvas para a Europa, Oriente Médio e EUA? Achando pouco, a governadora segue com seu plano de privatizar a COMPESA. O povo pobre não é socorrido. Para os ricos, tudo.

O discurso da elite local, política, empresarial e midiática tenta vender a imagem de uma cidade moderna, empreendedora e “inserida no mercado global”. Mas o que realmente está globalizado é o modelo de exploração capitalista, que transforma a terra, a água e a força de trabalho em mercadorias para enriquecer uns poucos e condenar a maioria à pobreza.

Por trás da fachada de progresso, a desigualdade cresce, e o povo trabalhador segue sem participar dos frutos da riqueza que produz. Petrolina é a “Califórnia do Sertão” apenas para os grandes exportadores e seus aliados. Para o povo, continua sendo um território de resistência e luta. Pois é apenas o que resta para a classe trabalhadora sertaneja. Por isso que tem crescido ao longo dessa ano de 2025 a referência na Unidade Popular e dos movimentos que compõem nosso partido na cidade. Cada vez mais surgem pessoas querendo se organizar para mudar sua realidade.

A Petrolina que queremos não é a do lucro estrangeiro, mas a da terra repartida, da água pública, do trabalho digno e do poder popular. Somente assim o sertão deixará de ser a “Califórnia dos ricos” para se tornar o território livre e socialista do povo trabalhador!

 

Viva a luta do povo de Petrolina!

Viva a bravura sertaneja!

Abaixo o agronegócio explorador!

Terra, moradia e poder para o povo!

 

 

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