UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

Unidade Popular realiza encontro estadual de coordenadores em Minas Gerais

Leia também

Nos dias 29 e 30 de novembro, a Unidade Popular de Minas Gerais realizou o 1º Encontro Estadual de Coordenadores. O objetivo foi preparar todos para as lutas do próximo período, compartilhar experiências e tornar coesa a formação e organização dos coordenadores.

Rafael Fumero e Karoline de Melo | Minas Gerais


A UP não é apenas mais um partido de esquerda no Brasil, afirmou o Diretório Estadual de Minas Gerais em sua última Resolução Política. Para tornar essa afirmação real, estabeleceu-se que é responsabilidade do Partido Antifascista do Brasil dirigir todas as lutas da classe trabalhadora no estado, o que só será possível com a organização funcionando de forma planejada, capaz de orientar a ação e ampliar o número de filiados, fortalecendo nossa construção rumo ao poder popular e ao socialismo.

Portanto, para estimular a campanha de filiações que estabeleceu a meta de dobrar o número de filiados mineiros, nos dias 29 e 30 de novembro foi realizado o 1º Encontro Estadual de Coordenadores, que reuniu mais de 30 pessoas de Belo Horizonte, Contagem, Ribeirão das Neves, Divinópolis, Itaúna, Nova Lima, Sete Lagoas, Montes Claros, Itabirito, Viçosa, Lavras, Uberlândia, Uberaba e Venda Nova.

O objetivo do encontro não era apenas formativo, mas um momento de socialização de experiências, exercício da análise de conjuntura e reflexão, compreensão da estrutura e organização do partido e confraternização.

Em um estado imenso, que conta com 853 municípios, o encontro foi essencial para demonstrar que essa diversidade não torna a luta da UP difusa, pelo contrário, a fome, a miséria e a exploração estão presentes em todos os locais, e só conseguiremos combatê-las se a Unidade Popular se tornar o partido da nossa classe.

Brigada do Jornal A Verdade durante o Ato na Praça Sete de Setembro (Foto: Maxwell Vilela/JAV-MG)
Brigada do Jornal A Verdade durante o Ato na Praça Sete de Setembro (Foto: Maxwell Vilela/JAV-MG)

A conjuntura e a nossa tarefa

Para iniciar o primeiro dia, compreendendo que as lutas são fundamentais na formação política, todos foram convocados a participar do ato de 29 de novembro, Dia Internacional de solidariedade com o povo palestino. Durante a atividade, os coordenadores de cidades do interior puderam vivenciar um ato de grande porte, conhecendo os desafios e potencialidades das diversas abordagens possíveis, os contratempos para filiar as pessoas nas lutas, a importância do planejamento dos nossos atos e manifestações, e a prestação de contas do jornal, juntamente dos contatos, após o término da atividade.

O trabalho com o Jornal A Verdade foi essencial para contextualizar o genocídio palestino e disputar a consciência da classe trabalhadora de Belo Horizonte, prova disso é o fato de termos vendido mais de 80 jornais e angariado vários contatos, que foram convidados para participarem de uma Plenária Antifascista (plenária de apresentação da UP).

A segunda etapa foi iniciada à tarde, para debater a conjuntura internacional. A partir da leitura da última nota da Unidade Popular, assimilou-se que ela está intimamente ligada com a realidade estadual, uma vez que a corrida armamentista para as guerras interimperialistas depende da exploração dos nossos minérios, como o lítio, que é utilizado nas baterias dos drones em Gaza e na favela da Penha, por exemplo.

Analisar a realidade é fundamental no acirramento da luta de classes. A partir disso, organizamos como, quando e onde iremos intervir para transformá-la.Nesse sentido, o conjunto dos participantes avaliou autocriticamente que devemos crescer entre as mulheres, pessoas pretas e trabalhadores operários, para sermos um partido de milhões, capaz de tocar todas as lutas.

A construção material, tarefa fundamental

“Se soubermos economizar a nossa mão de obra, os nossos bens e o nosso tempo, poderemos, com o que dispomos, multiplicar a nossa produção e a nossa possibilidade em todos os domínios”. Ho Chi Minh, 1952.

Ainda na tarde do dia 29, iniciou-se o debate sobre como devemos financiar as lutas que planejamos. Porque para agir, sobretudo no sistema capitalista, precisamos dispor de recursos e é a contribuição individual de cada filiada e filiado da Unidade Popular, garantida no 62° Artigo do Estatuto do partido, que mantém vivo todo o nosso trabalho. A Presidenta Municipal de Belo Horizonte afirmou: “as contribuições dadas ao nosso partido são os únicos recursos que não alimentam o sistema capitalista, mas sim a luta dos trabalhadores”.

Por isso, é papel de todo coordenador controlar politicamente esse pagamento, controle esse que não depende apenas de planilhas, mas de acompanhamento fraterno, da camaradagem e da disputa cotidiana para que todos compreendam que esses fundos garantem a autonomia política do partido e serão transformados em bandeiras, panfletos, fichas de filiação e demais materiais.

Outra tarefa fundamental é o financiamento de viagens intermunicipais, atividades de formação e das sedes, que serão o sustento que permitirá o crescimento da UP no estado.

Para cumprir o objetivo formativo do encontro, uma dinâmica foi proposta ao plenário: cada coordenador recebeu uma folha de papel e pode relatar dificuldades que sente ao desempenhar suas funções. Essas perguntas foram lidas e respondidas pelos membros do Diretório, buscando coletivizar os aprendizados.

A iniciativa se provou importante também para o próprio Diretório, que melhor compreendeu quais são os problemas enfrentados nas várias regiões do Estado e, propôs a solução: caso os núcleos continuem desenvolvendo um trabalho cotidiano de coletivização das tarefas e amplo contato com a população, as soluções serão compreendidas pelos filiados graças à aplicação da ciência do materialismo histórico-dialético ao trabalho cotidiano.

Sem organização não há revolução

No segundo dia do encontro, os debates foram direcionados às formas de melhor organizar o funcionamento dos núcleos, organismos de base do partido e essenciais para a construção das lutas no estado.

Iniciou-se com os informes de Agitação e Propaganda, que no ano de 2025, estiveram no centro dos debates da UP em Minas Gerais. Foi graças ao reconhecimento de que é necessário planejar a atuação dos filiados com o Jornal A Verdade, que as regiões puderam expandir o número de cidades em que atuamos, de núcleos funcionando, tudo isso alinhado ao crescimento do Jornal.

Para expor o exemplo do Centro-Oeste, Fernando Lopes, coordenador da região e membro do Diretório Estadual  defendeu: “primeiro nós reunimos os filiados de todas as cidades da região, acompanhamos eles e entendemos quem eles eram e onde estavam, junto à isso, lemos matérias do Jornal, compreendemos sua importância, e incentivamos que cada um recebesse ao menos 15, para compensar o valor do frete. Assim, pudemos planejar para quais novas cidades enviaríamos jornais, expandindo nosso trabalho e, ao mesmo tempo, formando os camaradas”.

Em janeiro a região contava com apenas dois núcleos, que juntos contemplavam 30 jornais por quinzena, quando Fernando foi informado do plano de aumentar a cota de jornais para 300 em dezembro, iniciou as ações necessárias para alcançar a meta ousada.

Relatou: “hoje, nós temos mais de catorze cidades que recebem o Jornal, sendo seis toda quinzena e as demais esporadicamente. Entendemos também, que brigadas intermunicipais, contando com pessoas mais experientes de cidades com maior número de filiados, têm o potencial de expandir nossa atuação, porque a partir delas pegamos contatos, convidamos eles para as Plenárias Antifascistas e filiamos, formando assim esses novos núcleos”.

2º dia do Encontro (Foto: Rafael Fumero)
2º dia do Encontro (Foto: Rafael Fumero)

A Campanha de filiações: ainda é possível dobrar nosso partido de tamanho

Por fim, foi informado aos coordenadores que o objetivo de dobrar o número de filiados em Minas Gerais ainda é alcançável até o final de dezembro. Já ultrapassamos 50% da meta e, sobretudo graças às próximas lutas, a tarefa de filiar até alcançarmos mais de 2.000 filiados é um sonho que devemos sonhar na prática.

Para alcançá-lo, é necessário um duplo movimento: filiar direcionadamente a parcela mais explorada da nossa classe: mulheres, mães, negros e negras, operários, trabalhadores da 6×1, ou seja, proletarizar. Isso só será possível se unirmos as lutas ao processo.

É também preciso aprimorar a técnica, agilizar o preenchimento e registro das fichas e desburocratizar. Porque se a UP quer ser o partido do povo, suas portas devem estar sempre abertas à ele.

A segunda dinâmica formativa realizada, que também deu consequência à autocrítica percebida no primeiro dia, foi sugerida na edição nº 320 do A Verdade: “A comissão se dividiu em categorias representativas da classe trabalhadora: uma estudante; mãe trabalhadora da saúde com jornada de 12×36 e dois empregos; professora com dois empregos afastada das reuniões de núcleo; operária da indústria têxtil chegando na fábrica; e caixa de supermercado na escala 6×1”.

Cada coordenador exercitou a argumentação, o acolhimento e teve a oportunidade de aprender na prática como relacionar A Verdade, com as reuniões, plenárias de apresentação e acompanhamento individualizado dos filiados.

A camaradagem e o trabalho coletivo

“Só viverá o homem novo
não importa quando, um dia,
se os que por ele sofremos
formos capazes de ser
semente e flor desse homem”
Thiago de Mello

Tanto no decorrer da dinâmica e da confraternização, que eram atividades planejadas, quanto nos momentos de descanso e alimentação, a camaradagem e a coletividade se provaram aliadas do desenvolvimento do partido.

Dividir as trincheiras da luta antifascista e anticapitalista com a classe trabalhadora precisa ser reconhecido por cada filiado da Unidade Popular como um ato de solidariedade e acolhimento, sem demagogia ou presunção.

Comemoração de aniversário do camarada Lucas do Valle de Itabirito, realizada durante o encerramento do primeiro dia (Foto: Rafael Fumero)

É urgente a necessidade de conhecermos cada um dos nossos camaradas, não permitindo que a ideologia burguesa individualista e os vícios capitalistas cooptem aqueles que um dia acreditaram na luta pelo Socialismo.

Precisamos manter juntos de nós cada filiado e filiada que está passando pelas mais profundas dificuldades do capitalismo, impedindo sua saída.

Não basta dobrar nosso partido, devemos transformar os núcleos no espaço em que exercitamos o Poder Popular; a contribuição financeira na materialização da tarefa histórica da classe trabalhadora; a venda do Jornal na propaganda pela sociedade sem exploração e; o ato de filiar no ato de unir nossa classe sob a bandeira que derrotará o capitalismo. É na medida em que fazemos isso, que alcançaremos todos os objetivos da Unidade Popular.

More articles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Últimos artigos