O ex-presidente Jair Bolsonaro e os generais golpistas foram presos pela tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023.
Heron Barroso | Redação
BRASIL – No último dia 22 de novembro, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, anteriormente condenado por chefiar a quadrilha que tentou dar um golpe de Estado no Brasil, anular o resultado das Eleições de 2022 e impor uma nova ditadura militar fascista no país.
A decisão foi tomada após a violação da tornozeleira eletrônica usada pelo ex-capitão, que cumpria prisão domiciliar em sua mansão de luxo em Brasília. Cinicamente, a defesa de Bolsonaro alegou um “surto psicótico”, supostamente causado pelo uso de remédios, para tentar encobrir que, na verdade, tratava-se de uma tentativa de fuga para evitar o cumprimento da pena de 27 anos de cadeia. Típico de um covarde.
Dias depois, em 25 de novembro, os generais Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, também foram presos pela Polícia Federal após o fim do prazo para apresentação de recursos ao julgamento do chamado “núcleo crucial” da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023. Eles se juntarão ao general Braga Netto, que está preso desde dezembro de 2024, no Rio de Janeiro. O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal, Alexandre Ramagem (PL), também teve sua prisão decretada, mas fugiu para os Estados Unidos como um rato e é considerado foragido pela Justiça.
Essa é a primeira vez, no Brasil, que golpistas – entre eles membros da cúpula das Forças Armadas – são presos por atentarem contra as liberdades democráticas. Essa vitória só foi possível graças às denúncias, manifestações, protestos e lutas travadas nos últimos anos pelo povo brasileiro e é uma prova de que as massas podem derrotar o fascismo.
Sem mordomias para criminosos
Apesar de condenados pelo STF, os militares envolvidos na trama golpista ainda devem passar por julgamento na Justiça Militar, que decidirá se perderão – ou não – seus postos e patentes.
Entretanto, mesmo que isso aconteça, Bolsonaro e os generais presos seguirão recebendo fartas pensões, que, somadas, chegam a R$ 2 milhões por ano. O general Augusto Heleno, por exemplo, recebe mais de R$ 38 mil por mês, enquanto Bolsonaro acumula duas pensões: uma de R$ 12.861,61, do Exército, e outra de R$ 30.265,00 como ex-deputado, além de um salário de cerca de R$ 40 mil do seu partido, o PL, pago com recursos do Fundo Partidário.
Ou seja, apesar de todos os crimes que cometeu, o ex-capitão vive uma vida de marajá paga com recursos públicos, além de ficar numa cela especial, com TV, ar-condicionado e frigobar, enquanto o trabalhador brasileiro sofre para pagar aluguel, recebe um salário mínimo de apenas R$ 1.518,00 e, desde a reforma da Previdência, em 2019, é proibido de acumular integralmente pensões e aposentadorias.
Prisão para todos os fascistas
A luta contra o fascismo continua.
Além de pagarem todos os anos de cadeia a que foram condenados e deixarem de receber um tratamento de luxo, é preciso que os cúmplices do ex-capitão no Centrão, entre a grande burguesia e nas Forças Armadas também respondam – um por um – por todo o mal que fizeram ao povo e à Nação.
Jamais iremos esquecer, anistiar ou perdoar a morte dos mais de 700 mil brasileiros durante a pandemia de Covid-19, as centenas de crianças indígenas que perderam suas vidas abandonadas pelo governo fascista, a corrupção, o orçamento secreto, os direitos sociais retirados, a humilhação da fome e do desemprego.
Por tudo isso, seguiremos em busca de justiça!
Matéria publicada na edição nº326 do Jornal A Verdade.