A empresa Têxtil Bezerra de Menezes (TBM), uma das maiores do Ceará, prometeu aos trabalhadores a participação nos lucros, no programa Querer, no valor equivalente a um salário, para os operadores das fábricas que atingissem as metas de qualidade.
Até o fim do ano passado, porém, apenas uma parcela havia sido paga, e, ainda assim, somente duas unidades da empresa a pagaram. Os trabalhadores, depois de muito esforço para conseguir bater as metas, aguardam a quitação da segunda.
Achando pouco a falta de respeito com os operários, a TBM fez grande alarde, distribuindo camisas e calendários para lançar no mês de julho deste ano a segunda fase do programa, o 100% Querer, prometendo, desta vez, o pagamento do 14º e 15º salários.
Contudo, vários trabalhadores, cansados da enrolação da TBM, deixaram a empresa, que, por sua vez, alega estar passando por dificuldades financeiras. Entretanto, vale ressaltar que a indústria têxtil é a que mais cresceu no Ceará, recebendo gordos subsídios do Governo do Estado, mas continua pagando mal aos operadores, submetendo-os às altas temperaturas no ambiente de trabalho.
No início deste ano, o Sindicato dos Têxteis acionou a Superintendência Regional do Trabalho para participar das mediações com a direção da empresa; um técnico foi designado para inspecionar a temperatura (o que não aconteceu ainda). Para completar, o sistema de climatização existente foi desligado e vários companheiros têm passado mal no trabalho. Tudo isso para garantir os lucros e as mordomias dos patrões, que moram em luxuosas mansões e andam em carros importados com ar condicionado.
Redação Ceará