Entre os dias 4 e 10 de agosto, na cidade de Caracas, capital da Venezuela, aconteceu a 23ª edição do Encontro Internacional da Juventude Antifascista e Anti-imperialista (EIJAA), que a cada dois anos reúne jovens revolucionários de diversos países na luta por um mundo novo e contra as intervenções imperialistas contra os povos e a juventude.
Estiveram presentes na Universidade Bolivariana da Venezuela delegações da Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, França, Inglaterra, Líbano, País Basco, Peru, República Dominicana, Turquia, Venezuela e Brasil. Temas como cultura, educação, meio-ambiente, lutas da juventude no mundo e a repressão aos movimentos sociais foram abordados, sempre tendo em vista a crise econômica do capitalismo que assola o mundo.
Muitas consequências da crise são comuns aos jovens destes diversos países: desemprego, aumento da repressão policial, queda na qualidade da educação, perda de perspectiva de futuro; aumentando consequentemente os índices de alcoolismo, consumo de drogas e de suicídios.
Contra tudo isso, uma grande quantidade de lutas tem sido protagonizada pela juventude nos últimos anos: greves pelo aumento nos investimentos da educação, lutas contra os cortes das áreas sociais, protestos contra as demissões e, de uma forma mais clara e decidida, a denúncia do imperialismo como o grande responsável pelos problemas sociais que assolam o mundo.
A delegação brasileira, formada por treze pessoas, se fez presente em todos os espaços do acampamento, levando questões importantes da conjuntura política do país: a campanha pela punição dos torturadores e assassinos da Ditadura Militar; a denúncia dos mais de 90 dias de greves das universidades federais; a mobilização crescente do movimento estudantil pelos 10% do PIB para a educação, etc.
As atividades culturais organizadas pelos próprios participantes dos diversos países foram uma grande oportunidade para apresentar a cultura popular, mostrando que também na cultura é preciso e possível combater o massacre da cultura imperialista que tenta anular a participação do povo nas manifestações artísticas.
O término do acampamento aconteceu com uma combativa manifestação que tomou as ruas de Caracas com palavras de ordem e muitas denúncias contra o imperialismo, somando-se ao espírito do povo venezuelano, que nos últimos anos vem travando uma grande luta pela soberania nacional com várias mudanças sociais promovidas pela grande mobilização popular e pelas ações do Governo de Hugo Chávez.
Rafael Pires,
coordenação da UJR