No final de julho, o Conselho de Transporte de Belém aprovou reajuste no valor da passagem do transporte público, que passou de R$ 2 para R$ 2,20, fato que gerou grande revolta da população da capital paraense. O aumento representou quase o dobro do reajuste do salário mínimo.
Uma grande frente estudantil foi formada, incluindo a Uesb, Fepet, DCEs, UJR e outras organizações políticas, e levou às ruas mais de mil manifestantes até a sede da Prefeitura, no dia 9 de agosto. O ato, até então pacífico, foi recebido pela Guarda Municipal de Belém com spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha, ferindo dezenas de estudantes, entre eles a aluna do IFPA Jaquelliny Lopes, diretora da Fenet, que ficou com o pé ferido.
A truculência da Prefeitura, que ganhou destaque na imprensa nacional, aumentou ainda mais o ânimo da juventude que, no dia 14, voltou às ruas contando, desta vez, com a solidariedade de categorias profissionais do Município, a exemplo dos servidores da Saúde que se encontravam em greve.
Com as mobilizações, o movimento arrancou o compromisso de uma audiência com o prefeito, onde reivindicou: revogação do aumento; audiência pública sobre a condição do transporte; meia-passagem para alunos de cursos pré-vestibulares; passe-livre aos estudantes; gratuidade, num domingo por mês, nos ônibus; fim da taxa de R$ 22 para emissão da segunda via da meia-passagem; e a garantia de que qualquer outra proposta de aumento seja submetida a audiência pública com a sociedade civil. O prefeito só acatou a proposta de abolição da taxa da segunda via da meia-passagem.
Um calendário de lutas já está marcado para continuar as manifestações no mês de setembro, pelo congelamento por tempo indeterminado da tarifa, pela meia-passagem aos estudantes de cursinhos e pelo passe-livre aos estudantes.
Matheus Tavares, presidente da Federação Paraense dos Estudantes de Escolas Técnicas e membro da UJR