UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 16 de julho de 2024

Até onde iremos?

É certo que os lutadores e lutadoras das causas populares de todo Brasil levam os dias a construir o momento em que não haverá exploradores e nem explorados. Por isso mesmo, boa parte destes combatentes da boa causa certamente se realizam com o anúncio da proximidade do fim da miséria no País, conforme alardeado pela presidenta Dilma Rousseff (PT), ainda que saibam se tratar de uma medida paliativa.

Ocorre que a propaganda ufanista dos setores majoritários do Partido dos Trabalhadores, sob a liderança do ex-presidente Lula, faz crer à classe operária que a política socioeconômica instalada no Brasil pelos seus sucessivos governos, além de reparar injustiças, possui algo de duradouro, quase que determinando “o fim da história” dos mais de 500 anos de exploração e miséria da Classe.

Os que se atrevem a questionar as verdades estabelecidas são acusados veementemente de fazerem coro com a Direita, porque são os “privilegiados de sempre” que não querem abrir mão dos seus “ganhos exorbitantes”. Nesta linha discursiva, o alvo preferencial são os servidores públicos e outros setores da classe média brasileira.

Porém, ao decretar “o fim da história”, os petistas aderem definitivamente ao capitalismo sob a pretensão de que aqui instalarão a socialdemocracia nos moldes europeus. Portanto, a questão que se coloca a partir desta constatação é: até onde isto nos levará?

Não sou eu quem diz, é o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o economista Márcio Pochmann, candidato a prefeito de Campinas-SP, nas últimas eleições, pelo PT. Ou seja, um membro do Governo. Segundo ele, o Brasil não chegará ao centro do capitalismo mundial. Para Pochmann, para se tornar um País membro do capitalismo mundial duas coisas são necessárias: ter moeda forte e poder bélico. O Brasil não possui nem uma e nem a outra condição.

Em não sendo um País do capitalismo central, continuaremos a ser uma Nação de economia periférica, produtora de insumos e bens secundários, enquanto os países do Centro produzem alta tecnologia, cujo valor é infinitamente maior e, portanto, produz muito mais riqueza.

Então, como se explica o alardeado sucesso dos programas de distribuição de renda dos governos petistas? Pelo achatamento do poder aquisitivo da classe média.

O Brasil tem a terceira maior carga tributária do planeta. De tudo que um trabalhador ganha por ano, 47% é destinado ao pagamento de tributos diretos e indiretos. Entretanto, mesmo arcando com essa carga tributária, a classe média brasileira paga por educação, saúde, previdência e até segurança privadas. Ou seja, contribui, mas não consome serviços públicos. E sem tributar bancos e grandes fortunas, é daí que saem os recursos para que o Governo mantenha, em boa parte, os programas sociais.

Neste aspecto, é fundamental ressaltar que não estamos aqui a defender a mediana mediocridade da classe média e, ainda menos, esse modelo de sociedade que aparta gente em castas. Mas, tão somente, a explorar os termos e limites do ufanismo petista, a fim de que não percamos o foco naquilo que realmente importa: a verdadeira emancipação da classe operária.

Moraes Junior,
redator de política do site Conexão Penedo

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