No dia em 28 de janeiro comemorou-se em Cuba o 160º aniversário de nascimento de José Martí. Considerado o maior dos cubanos, herói nacional, o Maestro (mestre) caiu em combate lutando contra a dominação espanhola na ilha, em 1895. Até hoje sua obra, seus pensamentos e ideias revolucionárias inspiram o povo cubano, principalmente a juventude. Não à toa, no dia 27, à meia-noite, cerca de 40 mil pessoas caminharam pelas ruas de Havana na tradicional “Marcha das Tochas”, para celebrar a memória de Martí.
O desfile teve participação maciça da juventude, comandada pela União de Jovens Comunistas (UJC) e pela Federação Estudantil Universitária (FEU). Raúl Castro Ruz, presidente de Cuba, disse por carta: “A marcha demonstra a certeza de que as novas gerações saberão defender e garantir a continuidade de Cuba e sua revolução”.
Lisara Corona, presidente da FEU, destacou que a comemoração de 28 de janeiro é a mais eloquente reafirmação da unidade da juventude cubana, sob os princípios e ensinamentos do mestre. Em suas palavras, “nós, jovens, marchamos como demonstração de que podem contar conosco para reafirmar e aperfeiçoar o socialismo, como dever supremo, e assegurar o direito de viver num país livre e soberano que nos legaram nossos pais e avós”. Ela assinalou que a marcha homenageava também Gerardo, Ramón, Fernando, Antonio e René, cinco antiterroristas cubanos encarcerados nos Estados Unidos.
José Martí foi poeta, filósofo, educador, jornalista, revolucionário, fundador do Partido Revolucionário Cubano e um dos líderes da Guerra de 1895, insurreição armada que tinha como objetivo libertar Cuba da colonização espanhola. Nessa luta patriótica foi morto pelos soldados espanhóis. Porém, suas ideias transcendem seu país de origem e ganha caráter universal, sendo lembrado por cientistas, educadores e revolucionários de todo o mundo.
Segundo Fidel Castro, em A História me Absolverá, “José Martí foi o autor intelectual do assalto ao Quartel Moncada”, em 26 de julho de 1953, organizado pelo movimento revolucionário cubano, liderado por Fidel, que viria a se chamar posteriormente Movimento 26 de Julho. Nas palavras do jovem Fidel: “Trago no coração as doutrinas do Mestre e no pensamento as nobres ideias de todos os homens que defenderam a liberdade dos povos”.
Neste ano, a Marcha das Tochas aconteceu em meio à 3ª Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo (27 e 30 de janeiro).
A conferência foi convocada por 32 entidades de Cuba, entre ministérios, Centro de Estudos Martianos, sindicatos, movimentos, institutos e organizações políticas. Colaboraram com a organização algumas instituições internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e a Organização de Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), entre outras.
Bruno Melo, de Havana