UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

terça-feira, 16 de abril de 2024

Menucci, um maestro de luta

Da esquerda para direita: Abelardo da Hora, Germano Coelho e o maestro Menucci

Violinista e maestro, Geraldo Menucci é uma importante personalidade artística nacional. Nascido no Rio de Janeiro (3/6/1929), em 1951 foi morar no Recife, onde vive até hoje. É amigo do artista plástico Abelardo da Hora, com quem trabalhou na Casa das Artes e no Movimento de Cultura Popular (MCP),  na década de 1960.

Fundador do Coral Bach (1952), Menucci recebeu a honra de ter a ação reconhecida por Heitor Villa-Lobos, pioneiro do canto coral no Brasil: “Considero um verdadeiro milagre”. Emocionou o mundo quando da participação do coral no 6º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes, em 1957, em Moscou. Acabou por estender as apresentações do coral a vários outros países, como a Polônia, a Bulgária e a então Tchecoslováquia. Na volta, foi preso por ter visitado países socialistas.

Defensor da cultura popular, foi responsável por diversas ações no sentido de fortalecer a cultura e o gosto do povo pela música erudita. Organizou a Serenata Fluvial, no Rio Capibaribe, no Recife, aproveitando os músicos do MCP; para isso utilizou dez canoas com seis cantores em cada. Ainda pelo MCP, baseado em Paulo Freire, forjou centros de alfabetização populares. “Que sentido tem a letra ‘c’, de castelo, para um favelado? É melhor você botar um ‘b’, de barraco. (…) Dá uma conjuntura, há semântica, do que ele vive”, conta Menucci.

Musicou o Hino do Camponês, de autoria do então deputado Francisco Julião, importante personalidade das Ligas Camponesas. Por essas e outras proximidades e trabalhos com personalidades populares e comunistas, foi perseguido e expulso da Prefeitura do Recife quando do golpe de 1964. Ainda perseguido, foge para o Rio de Janeiro com a ajuda de Dom Helder. Lá é preso e torna-se amigo do – também preso político – ator Mário Lago. Quando solto, funda dezena de corais pelo Brasil.

Menucci é anistiado pela Lei de Anistia, de 1980, e ainda hoje trabalha como maestro e luta para estruturar e fortalecer a Orquestra Sinfônica de Olinda, Pernambuco.

Eduardo Augusto e João Henrique

Outros Artigos

3 COMENTÁRIOS

  1. NOSSA O MAESTRO GERALDO MENUCCI FOI MEU PROFESSOR DE MUSICA NO CORAL DE OLINDA EM 1989 A 1991 QUE BOM SABER QUE ELE ESTÁ BEM, E QUE AINDA ESTÁ NA BATALHA…DEIXO UM GRANDE BEIJO PRA ELE,,,,UM HOMEM GUERREIRO.

  2. QUE BOM SABER NOTÍCIAS SUAS. LEMBRA-SE DE GIL. PROFESSORA DE EDUCAÇÃO FÍSICA. NOS CONHECEMOS ATRAVÉS DE TÂNIA TRINDADE, COM O PROJETO DO CENTRO DE CRIATIVIDADE NA RUA DA AURORA, PORÉM QUANDO DE SEU PROJETO INICIADO NA RUA FERNANDES VIEIRA.

  3. Não o conheci pessoalmente, mas conheço muintos professionais da música que o conheçe e o respeitam. É importante a mobilização da classe de músicos para que a cultura musical sinfônica não desapareça! Parabéns Maestro Menucci!✊

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes