Campanha pela legalização da Unidade Popular chega à reta final com dedicação total da militância
Estamos na reta final da campanha pela legalização da Unidade Popular (UP). Desde outubro de 2016, quando demos início à coleta de assinaturas, já recolhemos mais de 700 mil apoiamentos de Norte a Sul do Brasil, das quais mais de 110 mil já foram homologadas pelos cartórios eleitorais.
Para conquistar o registro definitivo da UP junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) precisamos de 487 mil apoiamentos aptos, em pelo menos nove estados localizados em três regiões do país. Por isso, nossa meta é chegar, até o final de julho, com 900 mil assinaturas recolhidas, inseri-las no sistema do TSE e entregá-las aos cartórios. Ou seja, essa reta final será de muito trabalho, e a participação de cada militante que tem construído a UP nesses meses será determinante para alcançarmos nossos objetivos.
“Já provamos que somos capazes de vencer as dificuldades impostas pela legislação para legalizar a UP. Agora, é dar aquele gás, aquela cota extra de trabalho, para bater as metas de coleta e garantir o registro”, afirma Leonardo Péricles, presidente nacional da UP. Para ele, “a militância está empenhada na campanha porque se convenceu da necessidade de construir no Brasil um partido verdadeiramente popular, sem dinheiro dos banqueiros e grandes empresários e que lute pelo poder popular e pelo socialismo”.
Um partido para transformar o Brasil
A necessidade de um partido como a UP cresce diante da situação política em que o Brasil e o mundo vivem. As contradições de classe têm se aprofundado, e os ricos fazem de tudo para jogar nas costas da classe trabalhadora o peso da crise do capitalismo. Os países imperialistas promovem guerras para saquear as riquezas de outras nações e ameaçam a humanidade com uma nova guerra mundial.
Na América Latina, o Brasil e os outros países da região são submetidos ao papel de novas colônias dos países ricos, presos pelas cadeias da dívida pública e do capital financeiro internacional. O resultado disso é o aumento do desemprego, a privatização do patrimônio público e o saque das riquezas naturais do nosso país por parte dos monopólios.
Não foi à toa, portanto, que a burguesia deu um golpe no Brasil e pôs na Presidência da República um gangster como Michel Temer, que à frente do governo vem aprovando uma série de medidas em benefício dos ricos e poderosos, como a PEC 55, que congelou por 20 anos os gastos públicos em saúde e educação, e a criminosa reforma trabalhista, que retirou direitos de milhões de trabalhadores brasileiros.
“Uma das lutas da UP é pelo cancelamento da reforma trabalhista e da PEC 55, pela suspensão da tramitação da reforma da previdência, pelo fim do pagamento da dívida pública e pela retomada de todas as estatais privatizadas pelos governos ao longo das últimas décadas. A UP vem para transformar o Brasil”, afirma Vivian Mendes, da executiva da UP em São Paulo. Vivian também destaca o papel das mulheres e da juventude na campanha pela legalização da UP. “Nossa militância dá muito valor ao apoio de cada mulher, homem e jovem consciente desse país, pois sabe que só com uma grande mobilização popular podemos nos livrar desse beco sem saída que as classes dominantes colocaram o povo brasileiro”.
Poder popular
A UP defende a construção do poder popular no lugar do poder dos ricos, corruptos e banqueiros. Por isso, uma das nossas bandeiras de luta é a criação de mecanismos para o povo decidir democraticamente os rumos da economia nacional como a realização de um plebiscito pelo cancelamento da dívida pública, pela retomada dos recursos naturais entregues ao capital estrangeiro e das estatais que foram privatizadas, entre elas a Petrobras
A UP também defende a formação de uma grande frente popular antifascista, que enfrente e derrote os golpistas e o crescimento da violência e da militarização do país. Repudiamos a intervenção militar no Rio de Janeiro, que “só tem aumentado as mortes e a violência contra o povo, como o caso do assassinato de Marielle demonstra. O verdadeiro objetivo da intervenção no Rio é intimidar nosso povo, mantê-lo calado e oprimido, enquanto no Congresso, no Judiciário e nas Forças Armadas se decidem os destinos do país contrariamente aos interesses deste mesmo povo”, declaraEsteban Crescente, da UP no Rio de Janeiro.
“Vai dar UP”
Nos três meses que restam da campanha pela legalização da UP vamos fazer uma ampla propaganda e agitação para afirmar que a saída para o Brasil deve estar nas mãos do povo. Somente um país governado pelos trabalhadores pode retirar o poder e as riquezas nacionais das mãos daqueles que sempre oprimiram o povo.
Para Fernanda Lopes, da UP no Pará, o Brasil precisa de uma força popular de esquerda que tenha realmente coragem de enfrentar os interesses dos poderosos. “Não acreditamos na repetição dos erros do passado, de uma esquerda que não teve coragem de falar a verdade para o povo e buscou agradar os ricos. Só uma esquerda revolucionária será capaz de unir o povo e ser digna da sua confiança”.
É o mesmo que pensa Thiago Santos, da UP em Pernambuco. Para ele, nada conseguirá impedir a legalização da UP. “Conquistamos em pouco tempo um enorme apoio das pessoas e não vamos descansar enquanto o TSE não registrar cada uma das 900 mil assinaturas de apoio que vamos recolher em todo o país. Nosso povo está cansado e sabe que a imensa maioria dos 35 partidos que receberam registro do TSE estão envolvidos em corrupção e são financiados pelos banqueiros e empresários. Por isso, quase não vemos no Congresso Nacional projetos voltados para resolver os problemas dos trabalhadores. É para dar um basta a isso que a militância da UP vai às ruas todos os dias levar uma palavra de luta e esperança”.
Esse deve ser o espírito de cada companheiro e companheira até o final da campanha. “A UP nascerá com muita luta e isso servirá como primeiro exemplo de que é possível o povo deste país se organizar sem dinheiro de bancos e empresários. A conquista do registro da UP será um exemplo e surpreenderá muitos que duvidaram da capacidade do povo de se organizar”, afirma Leonardo Péricles. “Eu acredito na força de nossa militância, que vamos superar todas as barreiras e mostrar que nada pode impedir que um povo consciente se organize e conquiste seus objetivos. Com luta e com garra, vai dar UP!”.
Wanderson Pinheiro, Executiva Nacional da Unidade Popular