Após uma longa batalha contra o câncer, morreu no dia 5 de junho o comunista belga Ludo Martens. No fim dos anos 60, Martens fundou a revista Amado (“Todo o poder para os operários”), de clara orientação antirrevisionista e de crítica ao Partido Comunista da Bélgica, reformista. Dez anos depois, em 1979, o núcleo militante em torno da revista comemorou o congresso de fundação do Partido do Trabalho da Bélgica, do qual Martens seria presidente por muitos anos. Em 1999, deixou o cargo de presidente para se transferir ao Congo e prosseguir o seu trabalho de solidariedade na antiga colônia belga, um dos seus principais campos de batalha.
Autor de importantes obras como o relato antirracista Tien gekleurde meisjes (Dez meninas de cor) e Pierre Muleleou a second vie de Patrice Lumumba, em que narra a vida do revolucionário congolês Pierre Mulele (Patrice Lumumba); e O Partido da Revolução, onde descreve os seus 30 anos de experiência como militante comunista, e La contre-révolution de velours (A contra-revolução de veludo), descreve os diferentes movimentos contrarrevolucionários que se deram nos países do Leste e as causas que levaram ao retorno do capitalismo nesses países.
Mas, sem dúvida, o livro de Ludo Martens mais conhecido em todo o mundo foi o seu Stálin – Um novo olhar,editado no Brasil pela Editora Revan. Um trabalho corajoso que foi precursor do estudo de Stálin e de sua época a partir de um enfoque oposto ao paradigma imposto por revisionistas burgueses e trotskistas.
Além das diferenças políticas que cada um possa ter, Ludo Martens foi um lutador antirracista e um comunista que combateu o revisionismo europeu e os falsos partidos socialistas do Velho Continente.