Em Brasília, a Capital Federal, projetada por Lúcio Costa e com os monumentos de Oscar Niemeyer, os belos prédios e a belíssima arquitetura, também moram pessoas simples, que vivem, trabalham, comem, dormem e adoecem na cidade mais cara do país.
Durante o 3º Congresso Nacional do MLB, no dia 16 de outubro, precisamos levar duas companheiras do Movimento que estavam doentes ao hospital. Fomos ao Hospital Regional de Taguatinga, cidade satélite, que era o mais próximo do nosso alojamento.
Quando chegamos lá, por volta das 19h, havia umas 70 pessoas esperando atendimento e, a todo momento, chegavam mais e mais pessoas, com todo tipo de problema. Passamos por uma triagem e esperamos para ser chamadas.
Os que esperavam o atendimento tinham chegado às 11h e aguardavam pelo atendimento da clínica médica; nos avisaram que havia apenas um clínico atendendo.
Nessa noite, assistimos de segurança batendo em bêbados a pessoas com dores voltando para casa depois de horas de espera sem perspectiva de atendimento. Onze horas depois da nossa chegada ao hospital, resolvemos também ir embora sem que as companheiras tivessem sido atendidas.
Brasília é um exemplo do caos na saúde pública.Falta de médicos, equipamentos insuficientes ou deficientes, falta de investimentos, descaso com a população: é este o diagnóstico da saúde pública no Brasil – que não podemos dizer que está na UTI, porque paciente da UTI pode até ser terminal, mas é monitorado e cuidado, e a saúde pública não tem, no momento, nenhuma perspectiva de melhorar.
Guita Kozmhinsky e Maria das Graças