No dia 13 de outubro, os estudantes de uma das maiores universidades privadas de Belo Horizonte foram surpreendidos com a decisão da direção do Centro Universitário UNA em transferir os cursos de Serviço Social e Pedagogia do câmpus localizado na Unidade Aimorés para a Unidade Barro Preto. A decisão autoritária foi informada aos estudantes apenas através de carta e colada nos murais de sala. A situação revoltou os estudantes que, organizados pelo DCE e pelos DAs, convocaram uma assembleia-geral para discutir o problema.
Os estudantes argumentam que uma transferência vai alterar a rotina e prejudicar a qualidade dos cursos, que na unidade atual têm infraestrutura melhor, diferente da “nova” unidade, nas quais inexistem condições adequadas para uma formação acadêmica digna. Há o problema do custo de transporte que todos terão, o fato de a Unidade Barro Preto ficar em uma região que à noite é mais sujeita a assaltos, com pouca movimentação de pessoas e iluminação precária, fora outras inconveniências como elevadores que não suportam a quantidade de alunos e a falta de estacionamento.
A universidade não leva em conta esses argumentos porque coloca acima de tudo a abertura de novas turmas para os cursos de Direito e Administração, que são mais lucrativas para a instituição; ou seja, uma clara mercantilização do ensino. A mobilização foi grande e teve a participação de mais de 400 estudantes, que exigiram a manutenção dos cursos no local onde hoje funcionam. Uma comissão de alunos dos DAs e do DCE foi recebida pelo diretor do câmpus e pelas coordenações dos cursos.
A direção alegou que a transferência foi uma questão administrativa e que, por esse motivo, não havia necessidade de consultar nenhum órgão da universidade. E manteve a posição da direção da unidade e da Reitoria de fazer a mudança dos cursos. O impasse está criado, pois os estudantes não aceitam a decisão; novas assembleias e manifestações estão marcadas e a luta vai continuar para barrar uma medida tão prejudicial.
Douglas Lamounier, coordenador do DCE UNA