Inconformados com as condições de trabalho, os baixos salários e os constantes assédios morais por parte da direção da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), os trabalhadores dos Correios decidiram realizar greve em todo o país.
Para piorar ainda mais a situação, o Congresso Nacional e o Senado aprovaram a MP 532, que abre os Correios para a iniciativa privada. Essa medida pretende entregar um patrimônio do povo brasileiro às mãos dos capitalistas. Na prática, significa uma ECT a serviço do lucro e não da população, maior exploração dos trabalhadores dos correios e demissões para reduzir custos.
O governo federal vem preparando esse golpe há algum tempo. Prova disso são terceirizações, as brechas para a iniciativa privada no transporte de cargas, do intenso sucateamento da ECT e a não contratação de mais de 35 mil concursados.
Após 28 dias de greve, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou o reajuste de 6,87%, retroativo a 1º de agosto, e o aumento linear de R$ 80 a partir de 1º de outubro, além de vale extra de R$ 575 em dezembro, vale-refeição de R$ 25 e vale-cesta básica de R$ 140. Ao contrário do que queria a direção dos Correios, o tribunal determinou o desconto de apenas sete dias de greve. No dia 13 de outubro, os trabalhadores voltaram ao trabalho.
Os grevistas foram combativos durante toda a greve e, mesmo com a intransigência da direção do ECT, que qualificou a greve de abusiva e queria desconto de todos os dias parados, conseguiram arrancar conquistas importantes para a categoria.
O Movimento Luta de Classes prestou total apoio à greve, fazendo brigadas do jornal A Verdade e defendendo, em suas intervenções nas assembléias, a união da classe trabalhadora contra os patrões e, como saída da exploração dos trabalhadores, a construção do socialismo.
Redação PE