A data-base para o reajuste salarial dos trabalhadores da construção civil de Caruaru é o dia 1º outubro. Sendo assim, o sindicato da categoria, o Sintracon, que é coordenado pelos militantes do Movimento Luta de Classes (MLC), vinha desde o início de setembro preparando o espírito da base para lutar por um aumento digno e por melhores condições de trabalho. Realizou cursos de formação, um congresso sobre segurança no trabalho com 70 trabalhadores e a assembleia geral para aprovar a pauta de reivindicações. Entres as propostas da categoria: 20% de amento nos salários, alimentação nos canteiros, café regional e melhores condições de trabalho.
Após quatro rodadas de negociação entre o Sintracon e o sindicato patronal no Ministério do Trabalho, os patrões se mostraram intransigentes e queriam apenas conceder um reajuste de 7,5%. Várias assembléias foram realizadas nos próprios canteiros de obras, e o clima de greve se espalhou por Caruaru.
“Fomos pra base realizar assembleias nos canteiros, e defendemos a necessidade de realizar uma paralisação de advertência aos patrões, ou seja, de radicalizar o nosso protesto já que eles radicalizaram nas mesas de negociação sem querer aumentar em mais nenhum centavo da proposta inicial”, relata Henrique Ramos, presidente do Sintracon.
No dia 16 de outubro, o Sindicato convocou os trabalhadores em cada obra e foi realizada uma grande passeata pelo Centro da cidade, em direção ao prédio de um novo shopping center que está sendo erguido. “O ato político que realizamos surtiu um grande efeito, pois teve repercussão imediata e os patrões ficaram com medo da força que demonstramos e da revolta dos operários”, afirma Henrique. Participam também apoiando a mobilização integrantes do SindCalçados de Carpina, SindMoto de Caruaru , do Sindlimp-PE e da União dos Estudantes Secundaristas de Caruaru.
O sindicato patronal então pediu ao representante do Ministério do Trabalho que intermediasse uma negociação de emergência para que a paralisação não se transformasse numa greve de vários dias. À noite, foi realizada a rodada final de negociação, que confirmou o acerto da luta do Sintracon e dos operários. A Convenção Coletiva de Trabalho foi assinada, após muita discussão, e garantiu as seguintes conquistas para a categoria: aumento de 12,15% no piso, de 12% para o servente e de 11,5% para o setor administrativo, além da garantia de liberação de dirigentes sindicais para o exercício pleno do seu mandato; garantia de almoço nos locais de trabalho e várias cláusulas sobre condições de trabalho.
Na avaliação de Henrique Ramos, “desde que o MLC assumiu o Sindicato há cerca de três anos, crescemos a mobilização da base, e, nesta campanha salarial, realizamos a maior paralisação da história da construção civil de Caruaru. Depois que passamos a desenvolver um trabalho mais político na categoria, com boletins informativos e congressos de segurança, cursos de formação, os operários ficaram mais confiantes em si mesmos, em sua luta, e provaram que estão com o mesmo espírito dos operários das obras da Refinaria e da Petroquímica de Suape e da Arena Pernambuco, e de tantos outros companheiros que realizaram grandes greves aqui no nosso estado e em todo o país.”.
Da Redação
Sem luta não há vitória.Mas sem organização classista também não há avanço da categoria por melhores condições de trabalho e de renda.O movimento luta de classe é que dá condições suficiente para o trabalhador se organizar e lutar pelos seus direitos.
Sem luta não há vitórias.Com um movimento combativo,que é o movimento luta de classe organizando os trabalhadores para as conquistas dos direitos.Com isso,lutar contra as arbitrariedades do patrão!Lutar pelo trabalho e renda,por melhores condições de trabalho e melhores condições de vida.Viva a luta dos trabalhadores!Viva o Movimento Luta de Classe!