Indicadores econômicos divulgados nesta semana pela agência oficial da União Europeia revelam o atoleiro a que os povos estão sendo lançados pela profunda e duradoura crise do sistema capitalista na Europa.
Segundo a Eurostat, a taxa de desemprego na região é de 10,4%, o que representa quase 24 milhões de pessoas. Os países que possuem os números mais alarmantes são Espanha, com 22,9%, Grécia, com 19,2% e a Lituânia, com 15,3%.
Dentre esses, a juventude representa a maior fatia: 22,1% em toda a União Europeia, com a Espanha novamente liderando, tendo 48,7% dos jovens abaixo dos 25 anos desempregados, sendo seguida por Grécia, com 47,2%, e Eslováquia, com 35,6%.
Novos dados sobre as dívidas dos governos também foram publicados. Na zona do euro os débitos chegam a 87,4% do PIB, apresentando um aumento em relação ao último trimestre de 2010, quando estavam em 82,3%.
As taxas mais altas são da Grécia, devendo 159,1% de seu PIB, da Itália, com 119,6%, de Portugal, com 110,1% e da Irlanda, com 104,9%.
Como se não bastasse, outros dados revelam que a crise na Europa tem deixado uma parcela ainda maior da população com a corda no pescoço. Em 2010, 23% da população total da União Europeia estava em risco de pobreza ou de exclusão social, sendo este número ainda maior entre crianças e menores de 18 anos, chegando a 27%.
A Bulgária tinha 42% da população nessa situação, sendo seguida de perto pela Romênia, com 41%, pela Letônia (38%), pela Lituânia (33%) e pela Hungria (30%). Destaque que entre esses países encontramos duas ex-repúblicas soviéticas que não conheciam esses problemas no socialismo.
O estrato da população em piores condições da pesquisa é classificado de “extremamente carentes” (severely materially deprived persons), e já são 8% da população. Esta classificação se refere a pessoas que tem sua condição de vida comprometida por não poder pagar suas contas, manter suas casas adequadamente aquecidas ou lidar com despesas inesperadas, entre outros.
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Glauber Ataide