O Grêmio do Estadual Central tem importância histórica no Estado de Minas Gerais e no movimento estudantil brasileiro. Foi palco de grandes lutas contra a Ditadura Militar, pelas Diretas Já!, e na campanha do Impeachment do ex-presidente Collor de Mello. Além disso, teve entre seus diretores o guerrilheiro Idalisio Soares Aranha e até a atual Presidente da República, Dilma Roussef. Até hoje, organiza lutas que são referência em todo o país, chegando a ser a principal escola na recente conquista do meio passe em Belo Horizonte. Porém, a direção da escola ainda reproduz os mesmos métodos fascistas do período em que o Brasil vivia sob o regime militar que governou o nosso país durante 21 anos, fazendo o possível para acabar com as mobilizações dos trabalhadores e da juventude e impedindo, através da repressão a livre organização dos estudantes.
No último dia 15 de fevereiro, diretores do Grêmio e da AMES-BH (Associação Metropolitana dos Estudantes Secundaristas da Grande BH) estavam nas dependências da escola, mobilizando os estudantes para a manifestação realizada no dia seguinte, quando foram agredidos verbal e fisicamente por funcionários da escola que queriam impedir a mobilização estudantil. Os estudantes não aceitaram as ameaças, por se tratar de abuso de poder e ação ilegal da direção da escola.
Como se não bastasse, a direção da escola chamou a policia militar para agredir e prender dentro da instituição, estudantes e menores de idade, e para dar guarida para os agressores continuarem sua truculência e tirar à força os diretores da AMES-BH e ex-diretores do Grêmio – Julia Raffo e Bruno Duarte.
Infelizmente, esse acontecimento absurdo, que nos faz lembrar os estudos sobre ditadura militar das aulas de história, não é um fato isolado no Estadual Central. Há anos, a direção da escola e alguns funcionários vêm cometendo diversas arbitrariedades e promovido atos autoritários, mostrando sua sede de controlar a consciência dos estudantes.
Mas essa política truculenta começou a ganhar espaço desde o primeiro governo do atual senador Aécio Neves e agora segue aumentando no governo de Antônio Anastasia, com o objetivo de criminalizar os movimentos sociais e as organizações populares. Ninguém pode esquecer que é este mesmo governo que se recusa a pagar o Piso Salarial nacional aos professores de Minas Gerais e que, na última greve, que durou 113 dias (quase quatro meses), gastou rios de dinheiro em propaganda mentirosa contra o SindiUTE-MG para desmoralizá-lo diante da sociedade. É essa mesma orientação que segue o Prof. Jeferson em relação ao grêmio.
O grêmio livre é lei conquistada há anos pelos estudantes. Além disso, a Ditadura Militar já acabou e junto com ela foram derrotadas também as leis que defendiam prisão de estudante que faz movimento estudantil. O Grêmio do Estadual Central e os estudantes da escola, junto com diversas outras entidades que já se solidarizaram, cobrarão das autoridades competentes respostas e soluções sobre os acontecimentos dentro da escola, que mais uma vez passaram dos limites do absurdo.
Grêmio Estudantil do Estadual Central, Belo Horizonte