No início do ano foi alardeado por toda a imprensa mundial os esforços da União Europeia em “salvar” a economia grega, e depois de uma série de negociações, o que assistimos é a mais completa perda da autonomia da Grécia.
Ao todo, foram liberados 130 bilhões de euros, mas esse dinheiro não foi destinado a geração de empregos, ou para a melhoria dos serviços públicos, e sim, para salvar os grandes bancos das potências europeias que detêm o controle da dívida pública grega.
Essa crise provocada pelos próprios capitalistas recai com todo o peso sobre o povo grego, e dessa forma, aumentam os problemas sociais, com uma escalada do desemprego e a falta de esperança e perspectiva de dias melhores no país.
No dia 28 de fevereiro, novas medidas de “austeridade” foram tomadas pelo parlamento, atacando frontalmente os salários dos trabalhadores a ponto de cortar o salário mínimo no país em 22%, ficando em apenas 585 euros. Para os trabalhadores com até 25 anos, faixa etária em que a taxa de desemprego é de 50%, o corte será de 32%, restando como salário 510 euros após um mês de trabalho.
Por sua vez, os servidores públicos ficarão sem aumento salarial até que a taxa de desemprego chegue a marca de 10%. Diante da profunda crise que o capitalismo apresenta, as perspectivas são exatamente o contrário, de aumentar o número de desempregados, que já é de 21%.
De acordo com levantamento da AFP, entre 2010 e 2011, o salário médio do trabalhador grego caiu 14,3%, o que mostra que as medidas já adotadas nos últimos anos em nada resolveram os efeitos da crise, e que para a União Européia e os grandes capitalistas, a crise deve ser paga pelos trabalhadores.
Que os ricos paguem pela crise
Os trabalhadores da Grécia demonstraram nos últimos anos muita combatividade e união para lutar por seus direitos. Foram inúmeras greves gerais, enfrentamentos com a polícia e parando as ruas de Atenas e das principais cidades do país deram provas do pode da classe operária.
A resposta para essas medidas será dada nas ruas, e o movimento operário grego será capaz de protagonizar novas lutas para por fim a essa exploração que o imperialismo europeu aplica com os países mesmo integrantes da zona do euro. Que os ricos paguem pela crise, pois não foram os trabalhadores que levaram a economia a essa situação lastimável.
Só com uma Grécia livre da ingerência da União Européia e voltada para resolver os problemas do povo é que teremos uma saída que represente efetivas melhorias na vida e na economia do país. É preciso romper com a dependência da economia europeia e apostar na soberania, nacionalização das riquezas e socialização dos meios de produção, para que dessa forma os trabalhadores possam, de fato, ser livres e resolver os problemas de sua pátria.