Segundo dados citados pelo Diário Econômico, as falências de restaurantes disparam 143 por cento no primeiro trimestre deste ano em Portugal. No total, houve um aumento de 51,5 por cento das falências de empresas nos vários setores.
O setor de alimentação não está a resistir aos aumentos do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado), nem à quebra do consumo, indicam os dados citados pelo Diário Econômico. Segundo os dados da Coface houve um aumento de 143 por cento no número de restaurantes em falência no primeiro trimestre. Este é apenas um dos muitos setores em dificuldades. No conjunto dos três primeiros meses do ano houve um aumento de 51,5 por cento nas falências – a cada dia, 26 empresas fecharam as portas.
As razões apontadas são várias e não surpreendem: as medidas de austeridade, a quebra no consumo das famílias e o aumento do IVA justificam o forte agravamento das insolvências no setor de alimentação.
Mas, como explica o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), a realidade é ainda mais grave: “As falências são só uma parte muito pequena dos encerramentos. Trata-se apenas dos estabelecimentos que fecham com comunicação judicial, por existir uma impossibilidade formal em pagar as suas responsabilidades. A nossa estimativa é que no comércio e restaurantes as falências representam apenas 10 por cento do total de encerramentos”, sublinhou Vieira Lopes, ao Diário Económico.
“O mais grave são os encerramentos silenciosos”
Também o secretário-geral da ARESP partilha desta convicção, mas alerta: “O mais grave são os encerramentos silenciosos – estamos a falar de micro e pequenas empresas, familiares – a acontecer ao ritmo de centenas por mês”, frisa José Manuel Esteves. E acrescenta que estes valores “vão disparar a partir de Maio”, data em que as empresas têm de pagar o IVA referente ao primeiro trimestre.
José Manuel Esteves salienta ainda o impacto que estes encerramentos têm na receita fiscal, não só nas perdas de IRC, de IVA e de contributos para a Taxa Social Única, mas também no agravamento das despesas com os subsídios de desemprego.
Fonte: Esquerda.Net