Como já denunciado pelo jornal A Verdade, as filas do restaurante universitário da UFMG campus Pampulha estão quilométricas, com os estudantes tendo que esperar até 50 minutos para almoçar.
Essa espera absurda resulta da ineficiência da FUMP – fundação privada que gere os Restaurantes Universitários da UFMG –, que não consegue atender à demanda dos estudantes da universidade, cujo número aumenta a cada dia.
Não bastassem as filas do início do semestre, no dia 9 de abril a FUMP implementou um novo sistema de identificação para entrada no bandejão. Esse sistema só permite que os alunos com a carteirinha da biblioteca e com a carteira de identidade entrem no restaurante.
Mas esse sistema apresenta vários problemas. Primeiro porque em um momento em que ainda não se tem um novo restaurante para atender à demanda, implementar um novo sistema que precisa de um período de adaptação faz com que o tempo de espera na fila se estenda ainda mais. Segundo que o sistema é excludente, uma vez que não aceita o comprovante de matrícula como identificação, sendo que não há nada mais legítimo que comprove que aquele aluno estuda na universidade do que o comprovante emitido pelo colegiado do curso. Com esse novo sistema vários estudantes que estavam sem a carteirinha da biblioteca não puderam almoçar nos primeiros dias, ou tiveram que pagar R$7,00 pelo prato de comida.
Os estudantes, indignados com esses absurdos, organizaram na última quarta (18) um ato em frente ao bandejão para pressionar a FUMP. Coincidentemente – ou não -, no dia do ato foram disponibilizados novos caixas e foram aceitos outros documentos para entrada no restaurante, uma tática da Fundação para que não houvesse filas no dia do ato, uma vez que a imprensa estava toda presente. Mas os estudantes perceberam a tática baixa da entidade e denunciaram essa atitude.
Como as filas ainda permanecem, os estudantes seguem organizando a luta, vigilantes para que essa situação se resolva e que a Assistência Estudantil da UFMG seja de fato uma política de permanência na universidade, e não vista apenas como um “gasto”, que é a forma como vem sendo tratada.
Isabela Rodrigues Ligeiro
Diretora do Centro Acadêmico de Ciência Sociais da UFMG