O Encontro Continental foi marcado durante a Conferência das Mulheres de Base que se realizou em março de 2011 na Venezuela e teve a participação de mais de 30 países e de 21 mulheres brasileiras. A responsabilidade de organização dessa Conferência no Brasil é do Movimento de Mulheres Olga Benário.
São Bernardo foi a cidade escolhida para o evento pela tradição de luta de seus trabalhadores e por apresentar as condições necessárias para acolher o evento. Até o momento, cerca de oito países já confirmaram a presença.
O Encontro ocorre num momento de ressurgimento da luta dos trabalhadores e trabalhadoras contra mais uma crise do capitalismo e dos povos por sua libertação e independência. Porém, somos nós, mulheres,que sentimos na pele a pobreza, o desemprego, o trabalho com baixos salários. Somos duplamente exploradas e oprimidas pelo capitalismo, e também somos parte das classes trabalhadoras, oprimidas por nossa condição de gênero.
Para combater essa situação, em particular na América Latina, as mulheres se organizam para lutar pelo respeito aos seus direitos, por uma vida digna e com saúde, educação e bem-estar, visto que a imensa riqueza criada com o trabalho e os esforços de milhões de seres humanos, hoje serve apenas para satisfazer a insaciável sede de lucro dos ricos capitalistas.
Cresce, assim, a consciência da necessidade de um intercâmbio mundial de experiências, de cooperação e de promoção de ações de solidariedade. Estamos decididas a nos unir e a lutar por nossos direitos e por uma sociedade sem exploração, sem opressão e sem discriminação, por isso realizaremos esse Encontro Continental.
Lute pelos seus direitos!
Ingresse no Movimento de Mulheres Olga Benário
As mulheres são a imensa maioria da população brasileira, no entanto, estão entre os que mais sofrem. Desde que nascemos nossos direitos são roubados: não temos acesso à saúde e educação de qualidade, levamos nas costas as obrigações domésticas e muitas de nós não tem emprego digno. Quando conseguimos algum trabalho, nosso salário é, em geral, menor do que o recebido pelos homens.
Na realidade, na imensa maioria das famílias, a mulher sofre a escravidão doméstica. É sobre ela, que recaem as tarefas dos filhos, da alimentação, da casa e de todo o mesquinho e pesado trabalho doméstico. Pior: com as mulheres cada vez mais trabalhando fora de casa, o que acontece é uma dupla jornada de trabalho, já que elas continuam fazendo todo o serviço de casa à noite ou bem cedo, antes de saírem para trabalhar, além de receberem salários mais baixos.
Também crescem, os casos de violência física e sexual contra as mulheres, incentivada pela propaganda burguesa nos meios de comunicação, que apresentam a mulher como objeto sexual ou uma mercadoria à venda, crescem em vez de diminuir. Tal situação, coloca a urgência de o movimento feminino tomar as ruas, organizar suas entidades de massa e dar um firme combate a todos esses abusos dos capitalistas contra a mulher. Por isso, e para lutar pelos direitos das mulheres e pelo socialismo fundamos o Movimento de Mulheres Olga Benário.
Vários são os exemplos da história do Brasil que revelam a importância da participação política das mulheres. É o caso da das heroínas de Tejucupapo; a luta pela independência do Brasil em relação a Portugal; a luta contra a ditadura militar; a luta pela anistia ampla; e centenas de greves operárias em todo o país revelam que as mulheres sempre estiveram na linha de frente da luta do povo brasileiro pela democracia e por uma sociedade justa. Também não é à toa que Dilma Roussef, uma ex-guerrilheira, chegou a presidência da República.
O Movimento de Mulheres Olga Benário é, portanto, fruto da luta de centenas de mulheres brasileiras contra a opressão e a exploração e por uma vida com direitos e dignidade numa sociedade nova, justa e socialista.
Movimento de Mulheres Olga Benário