A luta dos povos dos países europeus contra as imposições do Capital se intensifica cada vez mais. Com a precarização cada vez maior da vida dos trabalhadores, que vem sofrendo com os efeitos dos pacotes de austeridade e a especulação financeira, e a proximidade do 2o turno das eleições presidenciais, a manifestação do Dia dos Trabalhadores na França foi especial.
A passeata ocorrida na capital francesa reuniu mais de 300 mil trabalhadores, desempregados, imigrantes, estudantes, sem teto, sem documentos e outros grupos, numa marcha de quase 8 quilômetros pelas ruas de Paris, para protestar contra as medidas neoliberais do governo Sarcozy e manifestar o apoio da Frente de Esquerda ao candidato François Hollande. Além dos graves efeitos dos pacotes de austeridade sobre a população francesa, uma das principais questões tratadas pelos manifestantes é a situação dos emigrantes no país. Os milhares de emigrantes que vivem na França – a maioria deles vindos das colônias de exploração francesa na África – vem sofrendo com a ofensiva do governo fascista do presidente Sarkozy, que busca implantar várias medidas reacionárias contra os estrangeiros e criar um clima de conflito entre eles e os franceses. O presidente tem tentado coloca-los contra os emigrantes, falando de questões como o auxílio que parte dos desempregados recebem (meio salário mínimo francês, quantia insuficiente para viver no país), considerando-os como “parasitas”, como um “câncer” para a França, além da tentativa de criar leis diferentes para franceses e emigrantes.
Há ainda a situação dos emigrantes ilegais, que não possuem documentos, e por isso são ainda mais explorados pelos patrões, por não poderem reivindicar os seus direitos trabalhistas. O Partido Comunista dos Operários da França tem atuado fortemente em defesa dos emigrantes sem documento. Um companheiro do partido, um dos diretores do CGT, o maior sindicato da França, tomando a frente dessa luta, já conseguiu que mais de 10 mil deles fossem legalizados e pudessem lutar por seus direitos. Além das inúmeras medidas racistas e xenófobas, Sarkozy ainda convocou outra passeata no Dia dos Trabalhadores, numa tentativa de combate à luta dos trabalhadores e emigrantes, num discurso totalmente conservador, por uma higienização, uma limpeza étnica do país. Houve ainda uma outra passeata, organizada pela extrema direita francesa, de caráter neonazista, para tentar criticar a luta do povo francês. Os neonazistas buscaram louvar a figura de Joana d’Arc, numa exaltação do nacionalismo e do ódio aos estrangeiros e aos comunistas. Um discurso extremamente reacionário, semelhante às posições do presidente.
O momento de luta coincide com a recente criação pelo Partido Comunista dos Operários da França da UJR – União da Juventude Revolucionária, entidade irmã que já nasce colocando a juventude na luta contra todas as formas de exploração e opressão da população francesa. A manifestação em Paris – a maior manifestação do Dia dos trabalhadores do mundo – contou com milhares de pessoas de diferentes países para defender as bandeiras de vários movimentos de luta pelos direitos de todos os oprimidos, pela derrubada do governo fascista de Sarcozy, e principalmente pela derrocada da Ditadura do Capital e o triunfo dos povos explorados do mundo!
Exploração, precarização, pobreza: abaixo, abaixo, abaixo a austeridade!
De Madrid à Atenas, de Roma à Copenhague: contra a austeridade, todos juntos, todos juntos!
Christian Coelho