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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Desocupação truculenta no Hospital do Iaserj

Na madrugada do dia 14 de julho, policiais fortemente armados da Tropa de Choque, policiais à paisana e médicos, todos sem qualquer identificação, invadiram o Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), localizado na Praça da Cruz Vermelha, na Capital, e retiraram de lá cerca de 50 pacientes, muitos deles em estado grave. O hospital será demolido para a construção do Campus Integrado do Instituto Nacional do Câncer (Inca).

A vida desses pacientes foi colocada em risco com a operação repentina, que não era de conhecimento das famílias e, portanto, não autorizaram o procedimento. Os médicos responsáveis pelas transferências dos doentes sequer eram os mesmos que os acompanhavam e, por isso, não sabiam de suas necessidades.

Inconformados com a possível demolição e com a ação truculenta, servidores estaduais, professores, estudantes e usuários do hospital estão fazendo uma ocupação no local para garantir o atendimento aos pacientes e denunciar as arbitrariedades desse processo. Todos os dias, acontecem panfletagens para alertar a população e atos dentro do pátio para conscientizar os pacientes de que esta é uma luta de todos. Os servidores também argumentam o fato do hospital não fazer parte do patrimônio do Estado e sim dos servidores estaduais, que contribuem com 2% para saúde e assistência social.

Na segunda-feira após a invasão, já pela manhã, diversos pacientes foram atendidos normalmente devido à dedicação de seus profissionais de saúde, que não concordam com essa desocupação arbitrária nem com os reais beneficiários.

No dia seguinte, a Defensoria Pública da União ajuizou uma ação civil pública em que pede o funcionamento pleno do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), até que o Governo do Estado ofereça atendimento capaz de cumprir a demanda que o instituto oferecia à população.

“O Governo não pode simplesmente fechar um hospital e deixar as pessoas sem esse atendimento”, afirma o defensor público federal André da Silva Ordacgy, titular do 1º Ofício de Direitos Humanos e Tutela Coletiva e autor da ação que pede a reativação do hospital. Segundo Ordacgy, o Sistema Único de Saúde (SUS) deve providenciar a mesma quantidade de leitos que o Iaserj disponibilizava em demais unidades de saúde para equivaler à demanda.

Emocionada, uma paciente que veio da Zona Oeste e chegou às 05h30 buscando atendimento, desabafou: “Este é o hospital onde atendem a gente com dignidade. Se ele fechar, iremos para onde? Os outros não têm capacidade”.

O discurso oficial divulgado na mídia é de que será grande o benefício à população com a instalação da nova unidade do Inca. Sem dúvida é importante tal investimento, mas ele não pode vir para comprometer uma estrutura da qual dependem milhares de pessoas, além do que, a verdade é que esta obra servirá para o Governo Estadual presentear mais uma vez os cofres das empreiteiras com o dinheiro público, quantia estimada em R$ 460 milhões.

Esse descaso com a saúde pública, com os servidores do Estado e com o povo mostra um Governo atrelado à iniciativa privada e sem compromisso com a qualidade de vida da população. Outro paciente afirmou: “Não há espaço para o povo pobre nesse país”. E não haverá enquanto no Brasil imperar a vontade dos banqueiros, dos empresários, da burguesia e seus governos servis.

 

Karen Lemes e Redação

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1 COMENTÁRIO

  1. Este governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, vem manchando nome de seu pai, o velho Sérgio Cabral, conhecido de todos os brasileiros por sua conduta de homem decente. Este sujeito que governo a 2ª maior cidade do Brasil, tombada como patrimônio da humanidade , não tem o menor respeito e preocupação nem com o povo que o elegeu, que estão sofrendo, comendo o pão que o diabo amassou e morrendo na rede pública de saúde sob seu comando. Sua atitude nazista de acabar com um hospital que vem funcionado no atendimento daqueles que lele não está nem aí, para joga-los na sua rede pública hospitalar falida, além de ser coisa de nazista, é também de quem está tomado pelo espírito maligno. O Abrigo do Cristo Redentor, criado para acolher e assistir idosos carentes, que está desde 2007 sob sua administração através de convênio com o governo federal, vem passando por dificuldades também em fazer reformas e no atendimento básico e digno dos idosos, porque além de o governo federal não repassar verbas o suficiente para sua manutenção( hoje em torno de 3.200milhões por ano desde 8 anos atrás), vem sendo tratado com descaso por parte do governo do Rio de Janeiro, que vem reclamando que está gastando muito com o Abrigo, o que não é verdade. Este sujeito que assumiu a gestão do Abrigo em 2007, sequer pisou nele, mesmo passando por perto. Seu governo prometeu grandes reformas para transforma-lo em um centro de referência no atendimento dos idosos, que ficou nas promessas. Seu secretário de saúde Sergio Cortes que esteve no Abrigo, fez até promessas de parceria com a saúde. Se fosse um homem público sério e agradecido a quem sempre depositou voto nele em sua esmagadora maioria nas suas eleições, se empenharia e não mediria esforços na transformação do Abrigo para aliviar o sofrimento dos idosos que sofrem até mesmo no seio de sua falia, por falta de recursos, bem como na rede pública de saúde falida. Por tudo acima citado e pelo que vem fazendo também com seus funcionários (bombeiros foi horrível), IASERJ, povo do RJ e pelas denuncias de envolvimento em corrupção, o nosso repúdio e e pelo seu alijamento da vida pública. Pena que a justiça aqui no Brasil só funciona para os pobres que não tem onde cair morto!

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