Na manhã do dia 26 de agosto centenas de estudantes, organizados pela Ames-BH e os grêmios filiados, tomaram mais uma vez as ruas do Centro da cidade em uma manifestação que denunciou o desrespeito da prefeitura com o direito dos estudantes ao meio-passe na capital mineira. O livre acesso à universidade foi outra exigência dos estudantes durante a manifestação, já que as medidas do governo federal visam reforçar o caráter elitista do ensino superior no Brasil.
O ato começou na Praça 7 em clima de muita animação. Com faixas, bandeiras e palavras de ordem, a manifestação seguiu até a Faculdade de Direito da UFMG, na Praça Afonso Arinos, instituição de ensino que está em greve por mais de 100 dias.
“Abre passagem, o futuro do país quer estar na universidade”, gritavam os estudantes exigindo o livre acesso à universidade pública. Após os protestos na UFMG, o ato foi para a entrada principal da prefeitura de Belo Horizonte, quando os estudantes deixaram bem claro ao prefeito Márcio Lacerda que as manifestações continuarão caso não sejam eliminados os critérios de cadastro adotado pela prefeitura. A disposição dos estudantes é de ocupar as ruas e praças da cidade quantas vezes forem necessárias para que a Lei do Meio-Passe seja inteiramente aplicada e garantindo aos alunos da rede pública o meio-passe a todos os estudantes.
Segundo Gladson Reis, presidente da Ames-BH, a prefeitura criou uma série de medidas burocráticas e poucos estudantes têm acesso ao benefício. “O Colégio Estadual Central tem seis mil estudantes, a maioria não mora perto da escola e somente um pouco mais de 500 têm acesso ao meio-passe”, diz. Gladson afirma ainda que vários alunos de outras instituições que obedecem aos critérios de concessão estabelecidos pela PBH já fizeram a solicitação há mais de 90 dias e ainda não tiveram resposta. Os estudantes reforçam sua posição de que é necessário colocar fim na burocratização do processo, de que deve ser implementado um sistema que facilite o processo de recarga dos cartões e que o controle ocorra através da emissão da carteira da Ames, pois somente a participação dos estudantes nesse processo pode evitar as manobras dos empresários e da prefeitura.
“É preciso acabar com essas restrições, para que todos tenham acesso ao meio-passe e que ele seja garantido. Com o sistema burocratizado e cheio de exigências absurdas, a maioria dos estudantes desiste de conseguir o cartão do meio-passe”, concluiu o presidente da Ames-BH.
A prefeitura não recebeu a representação estudantil e não deu resposta aos problemas apresentados. Com isso, continua o impasse, e novos protestos estudantis devem ocorrer novamente.
Bia Martins, coordenadora da Fenet e diretora da Ames-BH