No dia 31 de novembro, foi diagnosticada a morte cerebral do companheiro Dário Dionísio, decorrente de insuficiências renais e de um AVC, sofrido em Caruaru, onde morava. Dário era coordenador do Movimento Luta de Classes (MLC) na região do Agreste pernambucano e militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR).
Dário nasceu em Juripiranga, na Paraíba, e ingressou na luta social através do movimento estudantil, atuando no Lyceu Paraibano, onde logo percebeu que a educação nunca seria prioridade no capitalismo, restando aos jovens lutar pela construção da sociedade socialista. Por isso, ingressou na União da Juventude Rebelião (UJR), depois foi diretor do grêmio estudantil da escola e, a partir deste trabalho, ajudou na reconstrução do movimento estudantil secundarista da Capital João Pessoa, apoiando a fundação da Associação Pessoense dos Estudantes Secundaristas (Apes).
Em 2005, como militante do PCR, muda-se para a cidade de Carauru, em Pernambuco, para se dedicar ao trabalho de organização dos trabalhadores da construção civil, através do sindicato da categoria, o Sintracon. Prepara encontros para discutir os direitos dos trabalhadores, as normas de segurança no trabalho, as campanhas salariais e greves do sindicato.
O prestígio do Sintracon crescia graças às lutas desenvolvidas, o que despertou nos operários da Garanhuns (a 110 km de Caruaru), o anseio de também se organizarem. Em pouco tempo, Dário se colocou à frente de um grupo de companheiros para reconstruir o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil daquela cidade.
Novas possibilidades de trabalho surgiam, e foi o companheiro Dário quem ajudou a organizar a Associação dos Moradores da Vila Novo Mundo (uma vila de trabalhadores resultado da ocupação de um terreno urbano). Graças a esse trabalho, os moradores de Caruaru tomaram conhecimento do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB).
Como coordenador do Movimento Luta de Classes, não fazia distinção entre categorias de trabalhadores que precisassem de apoio para lutar: ajudou o Sintelmarketing a organizar a greve dos operadores de call center (2009), a fundação do Sindicato dos Condutores de Moto de Caruaru (2010), as greves na limpeza urbana, convocadas pelo Sindlimp-PE (2010-2012) e apoiou a criação do Sindlimp-Caruaru (2012).
Já debilitado, Dário participou da assembleia da campanha salarial 2012 do Sintracon após sair de uma seção de hemodiálise. Na assembleia, destacou a importância do jornal A Verdade para os trabalhadores aprenderem sobre os seus direitos e para denunciar os abusos dos patrões. Sua presença, mesmo com a saúde frágil, e o carinho com que falava do jornal fizeram com que um grande número de trabalhadores adquirisse um exemplar de A Verdade, despertando neles o interesse sobre a luta de que lhe falara aquele companheiro.
O camarada Dário Dionísio partiu deixando saudades nos seus familiares, amigos e companheiros, com o mérito de ter lutado até os últimos dias de sua vida pela construção de uma sociedade justa e sem exploração, a sociedade socialista. Permanecerá sempre em nossa memória porque vamos prosseguir defendendo os mesmos ideais de justiça e igualdade, organizando os trabalhadores até a vitória final.
Thiago Santos – PE
Dário Dionísio presente! Estará sempre presente em nossa luta. É eterno porque não finda em si mesmo!