Tomou posse no dia 1º de outubro a nova diretoria do Sindicato dos Advogados do Estado de São Paulo. A eleição vem em um momento no qual a crise do capital afeta profundamente as relações de trabalho, levando cada vez mais a um aprofundamento da precarização do trabalho, o que também afeta essa categoria.
É certo que nos últimos anos vêm ocorrendo diversas mudanças nas relações de trabalho desses profissionais. Cada vez mais grandes escritórios contratam centenas de advogados com baixos salários, sem carteira assinada e sem qualquer direito trabalhista assegurado, escondendo a verdadeira realidade de advogados empregados com a roupagem de contratos de associação. Além disso, o piso salarial é baixíssimo no Estado de São Paulo e, não raras vezes, os empregadores deixam de cumprir as leis trabalhistas e as especificidades do trabalho do advogado empregado, constantes do Estatuto da Advocacia.
Os estagiários e bacharéis também são profissionais que sofrem com esse cenário, tendo seu trabalho ainda mais desvalorizado, muitas vezes fazendo o trabalho típico do advogado, porém recebendo baixíssima remuneração.
Para Raquel Brito, diretora do Sindicato dos Advogados, “hoje, a maioria de advogados trabalham para escritórios que pagam baixos salários, e não tem direitos trabalhistas. Os advogados empregados também sofrem com a precarização do trabalho, o descumprimento das leis trabalhistas e os baixos salários. É o momento em que o sindicato precisa cada vez mais assumir seu papel e defender efetivamente os clamores da categoria”.
Assim, os desafios para a nova gestão do sindicato são muitos: desenvolver a luta da categoria por melhores condições de trabalho, defender as prerrogativas do advogado e aglutinar no sindicato a ala mais progressista da advocacia paulista, continuando o importante trabalho junto aos movimentos sociais e em defesa dos direitos humanos.
Redação São Paulo