Ebserh e Saúde: o que muda?

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Ebserh não é soluçãoNo dia 27 de fevereiro, ocorreu, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, o Seminário “Ebserh e Saúde: o que muda?”, realizado pelo Movimento Luta de Classes (MLC). Tendo como tema principal a possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital das Clínicas da UFPE, o Seminário contou com a presença de várias entidades que defendem a manutenção da gestão pública do Sistema Único de Saúde (SUS).

No dia 27 de fevereiro, ocorreu, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Pernambuco, o Seminário “Ebserh e Saúde: o que muda?”, realizado pelo Movimento Luta de Classes (MLC). Tendo como tema principal a possível implantação da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) no Hospital das Clínicas da UFPE, o Seminário contou com a presença de várias entidades que defendem a manutenção da gestão pública do Sistema Único de Saúde (SUS).

O Seminário consistiu de três mesas redondas: “Parceria público-privada: inovação ou retrocesso?”, “Ebserh: a quem serve?” e “O papel dos movimentos sociais na luta pela saúde”. A primeira mesa contou com a participação do enfermeiro e professor da Universidade de Pernambuco e presidente da Associação dos Professores da UPE (ADUPE) Itamar Lages, que abordou de maneira mais ampla a relação do Estado com a saúde, desde antes da criação do SUS, as dificuldades de financiamento e a influência do setor privado, que cada vez mais mercantiliza a saúde.

A segunda mesa trouxe o Sindicato dos Servidores da UFPE (Sintufepe), representado por José Everaldo, e a assistente social do Hospital das Clínicas, Isadora Serrano. Foi realizada uma abordagem retrospectiva da criação da Ebserh e sua aprovação pelo presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, bem como todas as manifestações realizadas por estudantes e funcionários da UFPE contrárias à adesão do HC-UFPE a esta forma de terceirização da gestão. Também foram discutidas as implicações da implantação da Ebserh, como a quebra da autonomia universitária, a cisão da tríade ensino-pesquisa-extensão, inerente a qualquer universidade, além das consequências financeiras e trabalhistas trazidas com a dispensa de licitação para compra de materiais e equipamentos, e a mudança do regime de trabalho para CLT.

A última mesa foi composta por Thiago Henrique, representante do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Isabel Vasconcelos, representante do Sindicato dos Enfermeiros de Pernambuco (Seepe), e Ludmila Outtes, representante do MLC. Foi discutido o papel dos movimentos sociais e entidades de massas no processo de construção da saúde que queremos.

A organização do seminário foi mais um passo importante na luta pelo reconhecimento da saúde como um direito fundamental do ser humano, servindo para esclarecer à comunidade acadêmica das consequências da adesão do HC à gestão da Ebserh.

Ludmila Outtes, Recife