Os agentes de limpeza urbana da Região Metropolitana de João Pessoa, além de Campina Grande, conseguiram, através de uma greve de dois dias, arrancar dos patrões 10% de reajuste salarial e 20% no vale-alimentação. Agora o salário do agente de limpeza será de R$ 712, e o vale de R$ 180. A paralisação, realizada nos dias 04 e 05, contou com adesão total dos funcionários das empresas Ambiental Soluções, Limp Fort Engenharia e Construtora Marquise.
O Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana da Paraíba (Sindlimp-PB) e o Movimento Luta de Classes (MLC) coordenaram a greve em cinco cidades (João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Santa Ria e Campina Grande). Na manhã da segunda-feira (04), a categoria entregou carta endereçada à presidenta Dilma Rousseff, que esteve em visita à Paraíba. O documento foi recebido e lido por Ubirajara Augusto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, que ainda conversou com os agentes de limpeza.
Com as empresas, no entanto, a conversa foi dura. Após mais duas rodadas de negociações e muitas denúncias por parte do Sindicato contras as práticas patronais de pressão sobre os trabalhadores, as empresas tiveram que reconhecer a força da mobilização e aumentaram sua proposta de reajustes, saindo dos 8,5% e 10% no salário e no vale-alimentação, respectivamente, que sustentaram até o início da greve. A mediação foi feita pelo chefe da Seção de Relações do Trabalho, José Cursino Nunes Raposo, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).
Para Ulisses Alberto, tesoureiro do Sindlimp-PB, “muito além das questões econômicas, a greve estourou, neste momento, devido ao repúdio da categoria a um sistemático assédio moral promovido pelas empresas: jornada de trabalho de 10 a 12 horas por dia; punições injustificadas, demissões imotivadas, humilhações de cunho social e moral, etc. Com a greve, demos uma grande resposta a tudo isso, e agora vamos fiscalizar com muita determinação o cumprimento do Acordo Coletivo e garantir o fim do assédio”.
Para o sucesso da greve, foi fundamental o apoio e a participação ativa de vários companheiros e companheiras do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e da União da Juventude Rebelião (UJR), que militam em diversas entidades, como: Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana de Pernambuco e de Caruaru, Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Calçados de Carpina, Sindicato dos Urbanitários da Paraíba, Sindicato dos Jornalistas da Paraíba, Sindicato dos Motoristas e Ajudantes de Entrega da Paraíba, Movimento de Mulheres Olga Benario, Associação Paraibana dos Estudantes Secundaristas (Apes-PB), Movimento Correnteza e Movimento de Luta nos Bairros (MLB).
Rafael Freire