Duzentos estudantes realizaram um protesto sobre o descaso na educação pública no Recife. Saíram em passeata pelas ruas do Centro da cidade, na manhã do dia 25 de fevereiro. Os jovens estudam no Ginásio Pernambucano (GP) fecharam o trânsito durante o percurso da escola até a Gerência Regional de Ensino chamar a atenção da população.
O Governo do Estado, prometendo uma “Escola de Referencia”, transferiu, no mês de julho de 2012, os alunos para um novo prédio onde salas com mais de quarenta e cinco pessoas são utilizadas sem ar-condicionado; cinco laboratórios não podem ser utilizados; e, por diversas vezes, as aulas foram suspensas por problemas de infraestrutura. Os estudantes denunciaram também que os equipamentos de informática fornecidos pela Secretaria de Educação apresentaram defeito e que até a merenda está em falta.
Pelo menos duas vezes por semana, deveriam ocorrer aulas em tempo integral, entretanto, as atividades foram suspensas no turno da tarde. Segundo Alana Oliveira, estudante do 2º ano, “não podemos mais ter aula à tarde porque a cozinha é pequena para a quantidade de alunos”.
Mas, o principal problema é a falta de equipamentos de ar-condicionado: o estudante Lucas Silva, do 1º ano, chegou a desmaiar em sala de aula por causa da temperatura. Entre os cartazes feitos a mão e segurados pelos jovens, lia-se em um deles: “SAUNA DE AULA. Viemos para Escola para passar de ano, não para passar mal”.
Também os laboratórios de química, física, biologia, matemática e informática não podem funcionar porque faltam equipamentos de refrigeração.
Uma comissão de estudantes do Grêmio Livre Estudantil Jonas José de Albuquerque, acompanhados por representantes da Associação Recifense dos Estudantes Secundaristas (Ares) e da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (Uespe), foram recebidos pela Direção da Gerencia Regional de Educação, que informou que o processo de licitação para aquisição dos equipamentos de ar-condicionado está em andamento.
Nessa aula diferente que os estudantes ministraram através do protesto de rua ficou a lição: através da união, dos atos e protestos é possível melhorar nossa escola e obter conquistas para mudar a educação.
Da Redação
Só pra constar – eu sou de Campos dos Goytacazes. Há algum tempo as duas principais escolas públicas da cidade (Liceu de Humanidades e Nilo Peçanha, as de mais prestígio, digamos assim) entraram em reforma e os alunos não tem mais ar condicionado nas salas improvisadas na qual foram postos. Em uma, falta merenda e a água dos bebedeiros está quente. O resultado foi que os alunos das escolas saíram as ruas em protesto. Espero ter dado uma boa informação.