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terça-feira, 16 de julho de 2024

Encontro reúne trabalhadoras no mês das mulheres

Encontro das Mulheres TrabalhadorasO mês de março é repleto de simbolismo e histórico de lutas para as mulheres trabalhadoras ao redor do planeta. E foi visando fortalecer essa luta e ajudar a formação política e ideológica das trabalhadoras que o Movimento de Mulheres Olga Benário, em parceria com o Movimento Luta de Classes e com a Central Única dos Trabalhadores, realizou, no dia 23, em Belo Horizonte, o Encontro das Mulheres Trabalhadoras.

Cerca de 90 mulheres, que representavam as mais diversas categorias – como trabalhadoras em educação, operadoras de telemarketing, metalúrgicas, diaristas, operárias da construção civil etc. –, reuniram-se para debater os desafios das mulheres no mundo do trabalho, os empecilhos para o exercício de uma militância sindical e a paridade nas entidades sindicais.

Fátima Silva, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), assim elencou os desafios das mulheres que já estão presentes no mercado de trabalho de conseguirem conciliar baixos salários, precarização e uma vida sindical atuante: “As mulheres precisam contar com instrumentos que propiciem um incentivo à sua participação sindical, como creches nas empresas, salários iguais e paridade nas gestões das entidades”.

Para Gabriela Gonçalves, representante do Movimento Luta de Classes e diretora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação do Rio de Janeiro (SEPE), “É preciso ter em mente que a libertação da classe trabalhadora só se dará de maneira plena se as mulheres também forem libertadas da opressão que esta sociedade ainda lhes impõe”.

Outra mesa de debate teve como tema a violência de gênero praticada na sociedade capitalista. Um vídeo exibido durante o debate mostrou os dados alarmantes de agressão e assassinato de mulheres em todo o País. Nele, JulioJacobo, sociólogo e coordenador da pesquisa “Mapa da Violência 2012”, afirmou: “Os homens morrem na rua, em conflitos entre seus pares, no espaço público. As mulheres, em sua grande maioria, são agredidas e mortas dentro de casa, no domicílio.”

A mesa debatedora contou com a exposição de Bernadete Monteiro, da Marcha Mundial das Mulheres, e de Raphaella Mendes, do Movimento de Mulheres Olga Benário. “Ou organizamos as mulheres para que elas tomem consciência de que tamanha barbárie é fruto de um sistema econômico injusto, que se utiliza do machismo e do patriarcalismo, para defender os interesses das classes ricas, ou jamais conseguiremos sua libertação plena e o fim da violência de gênero”, afirmou Raphaella.

O ponto mais marcante da atividade foi a homenagem prestada pelo Olga Benário e pelo MLC à memória da jovem metalúrgica Débora Heloísa, operária de família bastante humilde, morta aos 20 anos após negligência da direção da empresa Delphi, na qual trabalhava, na cidade mineira de Itabirito. Ela sofreu três paradas cardiorrespiratórias dentro da empresa e não teve prestado o devido socorro. A família de Débora esteve no encontro e todos os presentes se emocionaram muito com o depoimento de sua avó, dona Geralda: “Eu peço muito a Deus pelos que lutam pelos empregados mais humildes. Minha neta perdeu sua juventude e a vida porque, para os patrões, as pessoas só têm serventia se estão com saúde para ir trabalhar. Se isso não acontece, são tratadas como nada. Isso não deve ficar assim”.

O Encontro de Mulheres Trabalhadoras de Minas Gerais deixa importantes lições para os movimentos revolucionários e populares, que são a de organizar as mulheres trabalhadoras e de fazer avançar sua consciência de classe.

Redação Minas Gerais

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