Egito: Exército derruba Morsi e suspende Constituição

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Golpe militar no EgitoUm golpe de Estado organizado pelo Exército egípcio derrubou o presidente Mohamed Morsi, suspendeu a Constituição, dissolveu o Parlamento e nomeou para presidente interino Adly Mansour, presidente do Supremo Tribunal Constitucional. O anúncio da decisão foi feito num mensagem televisiva do chefe do Exército, rodeado de líderes religiosos, jovens do movimento Tamarrod e Mohamed El Baradei.

Mais uma vez, o as Forças Armadas realizam um golpe no Egito. No dia 03 de julho, tanques ocuparam as ruas e pontes do Cairo e foi decretada a prisão do presidente Mohamed Morsi e de vários de seus colaboradores.

Abdel Fatah al Sisi, chefe do Exército, fez o anúncio oficial, rodeado por Ahmed al Taayeb, xeique da instituição islâmica Al Azhar, pelo papa da igreja copta, Teodoro II, pelo prémio Nobel da Paz, Mohamed El Baradei.

O presidente interino, Adly Mansour tomou posse e dirigirá um governo de gestão e de coligação, que irá preparar eleições presidenciais e legislativas. Será constituído um comitê de especialistas para emendar os artigos mais polêmicos da Constituição.
Morsi está refugiado numa mesquita do Cairo e impedido de sair do País, assim como as principais figuras da Irmandade Muçulmana. Morsi afirmou que “não aceitará nunca renunciar de forma humilhante à sua pátria, à sua legitimidade e à sua religião”, mas apelou aos membros da Irmandade que não lutem, apesar de, segundo ele, lhes terem “roubado a revolução” e garante que continua a ser o presidente do Egito.

Na Praça Tahrir e junto ao palácio presidencial juntaram-se centenas de milhares de pessoas que festejaram o derrube de Morsi.
Os militares afirmam que o seu objetivo foi proteger os manifestantes, mas depois de terem ficado por mais de três décadas no poder, muitos desconfiam desse objetivo. O fato é que as Forças Armadas egípcias, com forte vinculação com os serviços de inteligência dos Estados Unidos, nunca saíram no poder e a maior prova é a de ter em menos de 24 horas realizado o golpe militar.

Da Redação