No início de julho foi realizado o julgamento do vigilante George Zimmerman, acusado de matar o jovem negro Trayvon Martin, em 2012, na Flórida, EUA . A decisão causou bastante revolta pelas características racistas do julgamento.
O juri, composto por seis mulheres, chegou ao veredicto de inocente. Ao aceitar a tese da defesa de legítima defesa, admite-se na realidade que um jovem negro que trajava uma blusa com capus representava uma ameaça, mesmo a vítima se encontrando desarmada.
Outro fato comprovado é que não foi Martin que atacou ou realizou qualquer ação, foi o vigilante que o perseguiu por acreditar que se tratava de um bandido. O jovem foi perseguido e quando alcançado lutou contra o agressor que disparou tirando-lhe a vida. Este e outro fatos fizeram o promotor Bernie de la Riondaia concluir, depois de longas investigações, que Zimmerman era alguém que “se achava um policial” e que “fez justiça com as próprias mãos”.
Em seu próprio depoimento o vigilante declarou que quando viu Martin caminhando na chuva presumiu que o rapaz “não era nada bom”. Mas Bernie descreve assim o jovem assassinado: “rapaz inocente de 17 anos que Zimmerman identificou como um criminoso, brigou com ele e o matou com um tiro a queima-roupa porque quis”. Trayvon era estudante de bacharelado em um colégio da cidade de Miami Gardens, próxima a Miami, Estado da Flórida.
Na mesma noite do julgamento ocorreram manifestações nas cidades de Nova Iorque, São Francisco, Chicago, Washington, Atlanta e Filadélfia, onde as pessoal foram as ruas para demonstrar sua indignação e pedir justiça. Na maioria das cidades os manifestantes foram seguidos por forte aparato policial e em alguns casos houve violência contra os manifestantes.
Os pais de Martin tem participados dos protestos e em seus depoimentos, além de denunciarem a violência contra os negros, citam o grande líder negro Martin Luther King, que dedicou a vida a luta pela igualdade e justiça social nos EUA.
Em Chicago gritavam-se palavras de ordem de “Nenhum policial racista!” e “Não há justiça, não há paz!”. Uma grande manifestação foi realizada no centro da cidade. A Times Square, em Nova Iorque, também foi palco de uma concentração. Várias pessoas carregavam cartazes com os dizeres: “O povo diz: Culpado.”
Em um parque de um histórico bairro negro de Los Angeles foi realizada uma concentração com centenas de pessoas, em sua maioria afro-americanos, que denunciavam o racismo e clamavam por justiça.
Wanderson Pinheiro, São Paulo