O Estado de Pernambuco foi condenado pela 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) a pagar uma quantia de R$ 100 mil por danos morais a Maria das Dores Gomes da Silva (ex-mulher do dirigente do PCR Amaro Luiz de Carvalho), por ter sido presa, estuprada e torturada durante a Ditadura Militar, no Recife. O valor ainda deve ser acrescido de juros e correção monetária, além de outros R$ 2 mil referentes ao pagamento das custas e honorários advocatícios.
Maria das Dores ficou presa durante 22 dias, depois de ter sido detida ilegalmente por agentes da Polícia em novembro de 1969, de acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco.
Em 24 de agosto de 1971, ela voltou a ser presa pelo Departamento de Ordem Política e Social da Secretaria de Segurança Pública (DOPS) para prestar depoimento sobre a morte do seu marido. “Ela foi presa na época da repressão, foi estuprada na delegacia, fizeram miséria com ela. Ela era uma pessoa humilde, do campo, e estava como ativista fazendo companhia ao marido”, afirmou o advogado de Maria das Dores, Antônio Ferreira da Costa Neto. Ele acrescenta que a causa da morte de Amaro pode ter sido por envenenamento, enquanto também esteve preso.