O IBGE identificou, em 2011, a existência de 975 mil domicílios no Rio Grande do Norte. Desse total, 516 mil (53%) possuíam um rendimento médio mensal de até dois salários mínimos. Entre os que recebem uma renda mensal superior a dois salários mínimos, e até dez, havia 374 mil domicílios (38%). No topo da pirâmide, com renda mensal superior a dez salários mínimos, havia cerca de 61 mil domicílios (6% do total).
Na base da pirâmide, ou seja, as famílias mais pobres do Estado, são cerca de 211 mil domicílios que recebem até um salário mínimo por mês e possuem um rendimento médio mensal de apenas R$ 393. Isto é, são centenas de milhares de pessoas que vivem um mês inteiro com menos de R$ 400. Já no extremo oposto, encontramos 20 mil domicílios (2% do total), cuja renda média mensal domiciliar é de R$ 15.676.
Isso significa dizer que a renda de quem está no topo da pirâmide social é equivalente a 40 vezes a renda de quem está na base. São necessários 40 anos de rendimento dos domicílios situados na base da pirâmide para que eles juntem a renda recebida em apenas um ano por aqueles que se situam no topo.
Apenas o dono das fábricas Guararapes, Nevaldo Rocha, tem um patrimônio líquido de US$ 3 bilhões e é o 18º homem mais rico do Brasil, à frente de Sílvio Santos, por exemplo. Enquanto isso, dezenas de milhares de operárias e operários trabalham nas fábricas Guararapes ou nas lojas Riachuelo por um salários mínimo de fome.
Por outro lado, a saúde pública está vivendo uma calamidade e só em Natal, o déficit habitacional já ultrapassa os 40 mil domicílios.
É evidente que essa desigualdade não existe apenas no Rio Grande do Norte, pois sua causa está na injusta relação de produção, em que uma reduzidíssima minoria, a burguesia, enriquece cada vez mais à custa do suor dos trabalhadores. Só com o fim dessa exploração é que as novas gerações, os filhos dos trabalhadores, poderão ver o fim desta pirâmide social invertida.
Redação RN