No último dia 11 de dezembro, uma forte chuva caiu no Rio de Janeiro, desalojando e desabrigando centenas de pessoas. Houve alagamentos em várias partes da cidade, mas Acari/Fazendo Botafogo foram as áreas mais afetadas.
Pelas ruas o caos: trânsito parado, ruas inundadas e metrô também parado. Os moradores olhavam tal situação atônitos. Com toda a dificuldade encontrada, tendo suas casas alagadas, moradores corriam para socorrer outros vitimados. As águas passavam de três metros em alguns lugares. A criatividade e força de resistência estiveram presentes. Pondo sua vida em risco, o povo usava desde caixa d’água até isopor para ajudar a população ilhada. Quando a água baixou, deu para ver o estrago: móveis, alimentos e roupas, tudo foi para o lixo.
Não perdendo tempo, o povo organizado logo foi recolher mantimentos e roupa para os necessitados. Uma sopa foi feita e distribuída pelas ruas de Acari. O povo não se abateu diante da tragédia. Foi por toda a solidariedade popular que mortes foram evitadas. Ouvia-se protestos de populares contra os governos, que privilegiam áreas centrais da cidade, gastando rios de dinheiro, vendo a Copa e Olímpiadas como alvo de sucesso para os ricos. A chuva é natural, mas toda a situação de descaso é culpa do sistema capitalista.
A construção da nova sociedade não é obra de outro senão dos operários. Por isso, não desistiremos de alargar nossas fileiras e conscientizar o povo.
Joseílton Soares, militante do Movimento Luta de Classes/RJ