Anualmente reúnem-se em Viena para um baile grupos de orientação de extrema direita e suas famigeradas “fraternidades nacionalistas”. Em 24 de Janeiro como é tradicionalmente organizado pelo FPÖ (Partido da Liberdade Austríaco em tradução livre) o baile contou com a presença, além das fraternidades austríacas, de seus pares de várias regiões da Europa.
Por sua vez também são tradicionais as manifestações antifascistas nas ruas de Viena contra a realização do evento direitista. Contra os manifestantes este ano a força policial mobilizada foi de dimensões jamais vistas, com várias detenções e feridos. E enquanto a polícia reprimia os manifestantes com spray de pimenta e gás lacrimogêneo, as fraternidades de direita dançavam livremente com seus trajes de gala e suas músicas aristocráticas.
Bloqueios no Centro e proibição da imprensa
Ainda antes dos protestos várias medidas foram tomadas, alegando-se precaução, cerceando os direitos de milhares de cidadãos. Além de isolar todo o entorno do local do evento proibindo a circulação de não participantes do baile a imprensa foi impedida de cobrir a repressão policial. O sindicato dos jornalistas criticou as restrições à liberdade de imprensa com veemência: “Se queremos ter uma democracia, então devemos assegurar que os jornalistas possam cobrir os fatos livremente e não simplesmente assumir um relatório policial como narrativo dos fatos! É o que nós exigimos no Iraque e exigimos na Síria”.
Protestantes rompem as barricadas da polícia
Apesar de uma operação repressiva com um contingente de cerca de 2.000 policiais, os bloqueios e a proibição dos manifestantes de cobrirem o rosto (mesmo em um frio de -10 Cº), participaram do protesto antifascista cerca de 10.000 pessoas. Os manifestantes conseguiram romper parte do bloqueio e os confrontos entre as forças de repressão e os manifestantes se estenderam por horas naquela noite fria de 24 de janeiro.