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terça-feira, 19 de novembro de 2024

Um povo que não sabe ler nem escrever é facilmente enganado

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livrosO Brasil é a oitava economia do mundo, exporta as mais importantes riqueza naturais, tem a maior biodiversidade do planeta e agora vai receber a Copa da Fifa. Mas, um estudo realizado em 2011 revela que 12,9 milhões de brasileiros com mais de 15 anos de idade não sabem ler nem escrever. Destes, 6,8 milhões estão na região Nordeste, que apresenta taxa de analfabetismo de 16,9%, quase o dobro da média nacional, de 8,6%. Segundo a pesquisa, os estados de Alagoas, Maranhão e Piauí detêm os maiores índices de analfabetismo do país, de 17,3% a 21,8%.

Quando, porém, o assunto é analfabetismo funcional, a taxa estimada é de 20,4%, Em 2011 foram contabilizados, entre as pessoas de 15 anos ou mais, 30,5 milhões de analfabetos funcionais no país. Analfabeto funcional são as pessoas que, mesmo capazes de identificar letras e números, não conseguem interpretar textos e realizar operações matemáticas mais elaboradas ou maior de 15 anos com escolaridade de apenas quatro anos letivos.

É lógico que esses dados devem nos indignar, pois o analfabetismo num país como o nosso significa um enorme atraso.

A terra de Lampião, Frei Caneca, Manoel Lisboa, Zumbi do Palmares, Margarida Maria Alves, Maria Quitéria, Emmanuel Bezerra, Carlos Marighella, Anita Garibaldi, Santo Dias, Honestino Guimarães, Stuart Angel, Devanir José de Carvalho não pode continuar nessa realidade. Cabe aos comunistas revolucionários que atuam nessas regiões seguir o exemplo do nosso comandante Ernesto Che Guevara, que, mesmo em época de guerrilha, orientava seus soldados a que estudassem e aprendessem a ler e a escrever, sendo ele mesmo o professor, deixando assim uma importante lição: “Um povo que não sabe ler nem escrever é facilmente enganado”, o que se comprovou ser acertado.

No Brasil inteiro temos que ensinar nosso povo a escrever seu próprio nome, ensinar nosso alfabeto, explicar quem são os seus heróis. Mais do que ensinar, temos que saber ouvir nosso povo, que não entende o que lê, nem o que escreve. Devemos assumir a responsabilidade e dizer que sim, que nosso povo é capaz de ler os livros e entender a realidade, e mais, escrever com sua luta as páginas seguintes da nossa história.

Sem dúvida, se desenvolvermos um trabalho educacional nos bairros, este se tornará cada vez mais profundo, será uma verdadeira fortaleza. Temos muitos companheiros da UJR que podem e devem contribuir com essa tarefa digna.

Queremos um povo que saiba o motivo do seu salário de miséria, o motivo da sua casa ser um barraco, o motivo de as mulheres sofrerem com a dupla jornada, e só vamos realizar de forma profunda a tarefa pela qual somos responsáveis – dirigir uma revolução popular e construir o Poder Popular e o Socialismo – se desenvolvermos a tarefa de sermos educadores populares revolucionários do nosso povo.

Gabriela Valentim

(Militante do MLB e educadora do Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos (Mova) em São Bernardo do Campo-SP)

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2 COMENTÁRIOS

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