UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

Caos no metrô de São Paulo: a culpa é de quem?

Outros Artigos

metro_sp_problemaO dia 17 de março teve uma manhã quente, e o Metrô de São Paulo sofreu mais uma paralisação que afetou 4 das 5 linhas do metropolitano.

Os problemas começaram por volta das 7h30 e ficamos paralisados por uma hora e meia em vagões abafados. Essas panes acontecem constantemente e afetam milhões de trabalhadores que saem muito cedo de suas casas para irem ao emprego.

Estima-se que diariamente, segundo dados oficiais da Companhia do Metropolitano de São Paulo, 4 milhões de passageiros utilizam este transporte. Quando paralisações como estas acontecem, os principais atingidos são os trabalhardes.

Cresce o descontentamento, cada vez mais visível. Nos vagões, ouvimos: “Aturo isto todo dia pra ganhar o pão”, “E ainda querem construir estádio pra Copa”. Este questionamento da população não é à toa, porque estamos diante de contradições profundas. Como podem gastar toneladas de dinheiro público em obras para aumentar o lucro dos empresários e da FIFA, enquanto a mobilidade urbana e o transporte público retrocedem e decaem cada vez mais?
E mais: não é apenas a realização da Copa da FIFA em nossa cidade que demonstra este fracasso. O governo do PSDB – há 20 anos no Estado – atua em várias facetas. Uma destas foi o recente escândalo do propinoduto tucano, que prejudicou os cofres públicos através de um cartel envolvendo diversas empresas, dentre elas Siemens e Alstom, superfaturando trens e metrôs em 30%. O roubo é de cerca de R$ 425 milhões!

Para Geraldo Alckimin, atual governador do Estado, o problema não está nestes casos corrupção dentro do governo, mas sim no “vandalismo” da população, que indignada com a situação precária do transporte busca subterfúgios e meios de se rebelar, nas palavras do governador. Afinal, no conforto do Palácio do Governo é muito difícil ter consciência do que é passar sufoco num vagão fechado.

Além dos problemas técnicos e a lotação diária, é desorganizado o acesso dos usuários às plataformas, o que acarreta quedas na via. Nesse mesmo dia, uma passageira desmaiou e caiu nos trilhos da estação Guilhermina-Esperança (linha Vermelha – zona Leste da cidade).

Quem também sofre com esta situação são os trabalhadores da Companhia do Me-tropolitano e da CPTM (trens). Para piorar, ainda pagamos uma das tarifas mais caras do país. Com integração com o ônibus (necessário para as regiões mais periféricas), a passagem custa R$ 4,65.

Quando, enfim, o trem andou se anunciou: “Obrigado pela sua compreensão”. Como se fosse possível compreender.

Matheus Nunes, São Paulo

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes